domingo, 4 de julho de 2010

BAHIA RIMA COM POESIA


VOCÊ JÁ FOI À BAHIA?




Você já foi a Bahia?

Se não foi,amigo,vá.

Vá ver a pátria do samba

o reino de Yemanjá.

Salte na praia morena

onde Cabral aportou.

Olhe,abra a boca e se fique

como ficou o cacique

no dia em que rei Henrique

nossa terra batizou.



Ande,respire a poesia

que o panorama ilumina!

Saveiros,Farol da Barra

Cais Dourado, Amaralina.

Veja tudo e se concentre

nessa doçura marinha.

E diga,sinceramente

se depois você não sente

a exaltação eloqüente

de Pero Vaz da Caminha.





Aqui é a Cidade Baixa

comercio,quinquilharias

crioulas em cada beco

moleques em cada esquina.

Ali,secos e molhados

e,acolá,encadernados

pensamentos ensebados

Livraria Catilina.



Depois,se tem boas pernas

vá para a cidade alta;

subindo as mesmas ladeiras

que Castro Alves subiu.

Vendo as famosas repúblicas

da estudantada de outrora

que há muito se foi embora,

com o romantismo,partiu.



Mas,se não quer ter trabalho

ou sofre de reumatismo,

não se entregue ao pessimismo

que pode subir sentado;

de taxi,não,que isto é feio.

Tome o Elevador Lacerda

E,se quiser mais poesia

suba de Plano Inclinado.



Cidade Alta,não pare

vá direto à Rua Chile,

vitrinas,bares,desfile

do grãfinismo da terra.

Mas,isso de hotéis gigantes,

cinemas,auto-falantes

pares janotas,galantes

nada da Bahia encerra.



A Bahia que estimamos

mora juntinho ao Terreiro.

Fica do Monte Serrat

à baixa do Sapateiro.

Anda de torço e chinela

brinca no Largo da Sé,

]chupa roletes de cana

da boa cana caiana,

come os quindins da baiana,

caruru e acarajé.



É esta a musa gostosa

mulata bela, dengosa

muito sonsa e muito prosa

que,ora,apresento a você.

Que almoça lá no Mercado

um vinho tinto gelado

com vatapá preparado

com bem pimenta e dendê.



Mulata que arranja tudo

com meu sinhô do Bonfim

que tange o diabo de casa

com perfume de alecrim.

Que é devota de verdade,

mas,quando cisma de amar...

Tem artes,ninguém se iluda.

Pega um raminho de arruda

benze o gajo e o gajo gruda

que só Deus pode apartar.



Mulata filha de um sonho

que teve Nosso Sinhô

após fazer o universo

no dia que descansou;

E que depois de criada

agradou tanto ao Criador

que esse de uma só penada,

com letra bem caprichada

escreveu sobre a fachada

“Terra de São Salvador”

                               Martins D'Alvarez

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