quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

OS SINOS DE SANTA MARIA


                       O BLOG DE JANEIRO/2013



Durante muitos anos os sinos de Santa Maria só tocarão finados.Impossível ter alegria quando o riso dos  jovens,seus sonhos ficaram sepultados debaixo de um monte de fumaça.Rostos lindos,almas lindas,uma vida a conquistar,um mundo a vencer e o que sobrou?Corpos empilhados,luto total.
E porque esses jovens foram assim punidos? Apenas estavam fazendo o que é dado a todo jovem fazer nesta idade de sonhos ;divertir-se,cantar,dançar,celebrar a vida.
Meu coração baiano chorou por eles;os sinos da minha catedral  dobraram finados porque eu sou parte do gênero humano;a morte de pessoa é uma perda que me entristece,porque eu sou mãe,avó e ser humano.Esses sinos dobraram por nós ,aqui,dobraram no Rio,no Norte,no Centro,ultrapassaram as fronteiras da pátria e dobraram também pelo mundo.Pois ,em cada lugar deste planeta há um sofredor,chora-se uma perda,lamenta-se uma vida,botão de rosa que não abriu,ceifada pela fatalidade,pelo álcool,pelas drogas.
De quem foi a culpa? A quem deve ser apresentada a conta?São tantos os listados como culpados  que isso me preocupa,capaz que não apareça nenhum.Culpa coletiva é muito perigoso,pois num monstro de cem cabeças,poucas cabeças responderão por esse verdadeiro holocausto.
Restam aos pais,aos avós,aos amigos,administrar a dor.
Durante este período ouvi,na TV,diversas entrevistas com entendidos;todos exibiam suas sapiências e ideias;técnicos,disto,daquilo,daquiloutro...
Mas,o bom senso  me   mostra que  aquele local,onde 1000 pessoas dançavam e se divertiam,tinha apenas uma porta de saída de 80 cm.
E,nenhuma sinalização que indicasse que a saída seria por ali.
Aquilo não era um local de diversão,era uma arapuca mortal.Ninguém viu isso?Pensou nisto?
Nesta resposta  - ou seja,  nenhuma -selou-se o destino dos jovens;belos,alegres,divertidos,arrojados,mas ,completamente só diante do seu sacrifício.



                        TIPOS POPULARES DA BAHIA


TIPOS POPULARES DA VELHA BAHIA
PROFESSOR GUSMÃO

Não foi do meu tempo pois essa estória é bem antiga, dos tempos da minha avó.
Ninguém conhecia sua origem  ,profissão ou educação,mas,era chamado  professor ,por toda gente.Talvez devido á sua grande erudição.
De tudo sabia, discorria sobre qualquer assunto, de política á vida alheia.
O certo é que,apesar de aluado tinha o respeito da comunidade pois o baiano admira o saber .
Minha avó o descrevia como um tipo alto,canhestro, sempre com um livro debaixo do braço.
Assim percorria toda a cidade  sempre  falando e discursando coisas sem nexo ou dizendo   bobagens , ás vezes com algum fundo de verdade.
Adorava os festejos de Dois de Julho.
Subia sem cerimônia no  palanque armado no Largo de Santo Antonio batendo palmas , recitando versos de sua autoria ou narrando fatos históricos onde louvava nossos heróis com reverencia  e denodo.
Mas ,do que ele gostava  mesmo  era de polemizar sobre literatura.Comprava muita briga e não respeitava patente.
Aproveitava o espaço que Aloísio de Carvalho, o famoso Lulu Parola ( poeta satírico  dos melhores  desta  terra) , lhe dava no seu importante Jornal de Notícias  para provocar outros poetas iguais a ele,chamados “poetas de água doce” que era como o povo denominava os maus poetas. Nesta terra de Gregório de Matos, Castro Alves e Artur de Salles as pessoas não tinham muita paciência com  versos de pé quebrado,como se dizia.
Sua discussão com Manoel Tolentino, outro poeta de rua,ficou famosa.
O Tolentino publicou no jornal esses versinhos contra o Professor:
A onça, bicho feroz,
Que tudo come ou devora
Pegou professor Gusmão,
Mastigou e...jogou fora.
Exasperado,o Professor nunca perdoou  o colega e o perseguiu com versos até o fim da vida.



                             AVENIDA DENDEZEIROS DO BONFIM
Num trabalho produzido para as Obras do Porto ,J.F. da Silva Lima justifica este nome "pelo excesso de palmeiras desta  espécie,dendezeiros,plantada em toda extensão da Avenida,uma das principais da Cidade Baixa,por onde passa a Lavagem do Bonfim.
Foi conhecida,também,com o Caminho de Roma,Caminho dos Dendezeiros etc
Batizada,oficialmente ,como Avenida Bonfim,esse nome nunca "pegou",porque,como dizia Afrânio Peixoto," as ruas é que punham,outrora a si próprias ,os seus nomes..."
Lá está instalado o Colégio da Polícia Militar, o SENAI e o Hospital Santo Antonio. 


                                                                                             SE O BAIANO DIZ...

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                                                                              JANEIRO SE FOI.VIVA FEVEREIRO...





quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A BAHIA ENLUTADA




                             ADEUS,MESTRE BIRA

HÁ NOTÍCIAS QUE A GENTE GOSTARIA DE NÃO DAR.MAS,SÃO INEVITÁVEIS,EMBORA DOLOROSAS.MESTRE UBIRATAN CASTRO NOS DEIXOU.SUS BONDADE,SUA SABEDORIA,SEU JEITO BAIANO DE SER FARÃO MUITA FALTA.
UMA GRANDE PERDA PARA A CULTURA BAIANA. MESTRE UBIRATAN CASTRO, O QUERIDO BIRA,NOS DEIXOU.
ESSA PERDA IRREPARÁVEL NOS DEIXOU A TODOS,SEUS AMIGOS,MERGULHADOS NA MAIS PROFUNDA TRISTEZA.
SUA ALMA SÁBIA E PURA PARTIU PARA O INFINITO E DESCANSARÁ AO LADO DE DEUS.
MINHAS CONDOLÊNCIAS Á FAMÍLIA.


Morreu na manhã desta quinta-feira (3) o professor e historiador baiano Ubiratan Castro, 64 anos. A mulher dele, Mária da Glória Machado, informou ao G1 que o marido faleceu por volta da 7h, no Hospital Espanhol, onde esteve internado desde o dia 30 de setembro. No início de outubro, Ubiratan foi transferido para a UTI. Segundo Maria da Glória, ele sofria de insuficiência renal.
Ainda não há informações sobre o sepultamento porque a família aguarda a chegada dos filhos que estão em São Paulo.
Ubiratan era diretor da Fundação Pedro Calmon, ligada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Ele também pertencia ao quadro de professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Departamento de História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e foi um dos fundadores do Centro de Estudos Afro Orientais (Ceao). Atualmente, ele estava afastado da universidade para assumir o cargo de diretor da Fundação.
Formação
Ubiratan Castro era doutor em História pela Université Paris IV-Sorbonne, mestre em história pela Université Paris X-Nanterre, licenciado em História pela Universidade Católica do Salvador e bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia. Era também membro da Academia de Letras da Bahia, onde ocupava a cadeira 33.
O professor foi presidente do Conselho para o Desenvolvimento das Comunidades Negras de Salvador e trabalhou até 2006 com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, dirigindo a Fundação Cultural Palmares.
Ubiratan escreveu os livros "A Guerra da Bahia", "Salvador Era Assim - Memórias da Cidade e Sete Histórias de Negro". Lançou em 2009, na cidade de Cachoeira o livro de contos "Histórias de Negro".
FONTE:G1,BA

UMA PARTE DA BAHIA DE OUTRORA PARTIU DEIXANDO SAUDADES.
REVERÊNCIA,BAIANOS ,PARA ESSE GRANDE NOME QUE NOS DEIXOU.