domingo, 30 de junho de 2013

MANUAL PARA ENTENDER OS BAIANOS

O BLOG DE JUNHO/13   

MANUAL PARA ENTENDER OS BAIANOS   

          



  

“Baiano é estrangeiro”, brincava um colega paulista. De certa maneira, ele tinha razão. Nós, baianos, somos diferentes de toda gente. Parece que paramos no tempo, pois nos comportamos como se estivéssemos em 1940, conservamos a mesma ingenuidade do inicio do século, somos confiantes, amistosos, acolhedores. De vez em quando entramos numa fria, não estamos preparados para esse mundo competitivo do toma lá dá cá que é corrente por aí. Desde quando nosso visitante pisa no aeroporto, desdobramos para ele o tapete vermelho da hospitalidade plena, damos muito mais do que as prosaicas medidas do Bonfim: damos nosso riso alvo, abrimos o coração para o turista, até oferecemos carona para a cidade, que eles, delicada, mas prudentemente, recusam. Imagina se vão confiar!
Vêm de um mundo cão, onde se mata um leão por dia, mundo do mata-mata, e entram num mundo novo, gente de coração aberto, gente feliz, com valores diferentes dos correntes. Se a gente gosta de dinheiro? Claro, mas, ele é um meio, não um fim, aqui as pessoas não são olhadas como cifrões. A casa do baiano está sempre aberta, o convite para o almoço sempre de pé, principalmente entre os mais humildes. Mal conhecemos alguém, ele passa a ser “da família”, com direito a intimidades, nem sempre entendidas ou bem aceitas pelos chegantes, geralmente formais. Uma hora de conversa e já somos amigos de infância; fazemos confidência, nos interessamos pela pessoa, queremos saber mais sobre sua vida; mas as pessoas se fecham em copas, fazer o quê?
Baiano adora diminutivo; mãe é mainha, pai é painho. Segundo outro amigo, paulista e judeu, somos niilistas; inventamos o “nada pra ninguém” que o intrigava. Era demais! O baiano é irreverente; perde o amigo, mas não perde a piada. O baiano ri de tudo, principalmente de si mesmo. Nos meus sites, recebo muitos comentários; pessoas generosas, que inflam meu ego, escrevendo coisas bonitas para mim; procuro responder a todos, porém os mais constantes, para mim, são como amigos de longa data. Então respondo do jeito baiano, sem formalidades, cheia de humor. Aí reparo que a pessoa me trata formalmente e digo: Vige Maria! Devo responder do mesmo jeito? Cadê meu desconfiômetro!? Mas é como se essas pessoas estivessem aqui comigo, comendo um acarajé apimentado, bebendo água de coco, sorrindo para a vida. Bote um caneco d’água na panela, Maria, tá chegando gente!
Sei que tem baianos “carne de pescoço”, mas estes são os contaminados, gente que não dá pro fubá. Para o bom baiano, tudo é carnaval. A vida é para ser vivida, não adianta se aporrinhar. Um belo dia, a morte dá uma tapa no pé do ouvido, e o que a gente gozou da vida!? Não vale querer ser a pessoa mais rica do cemitério. Ou fazer como aquele cara mão de vaca, que passou a vida toda somando, nunca dividiu, multiplicou bastante o que tinha, e os parentes, agradecidos, dividiram.    

*Este texto e outros muito interessantes sobre a Bahia está no livro "A BAHIA DE OUTRORA",( já na 3ª edição e breve como e-book)da escritora baiana Miriam Sales





Violeiros da Bahia,comandados pelo mestre cordelista Antonio Barreto,no lançamento da 1ª edição.








segunda-feira, 3 de junho de 2013

A FEIRA LITERÁRIA DO CAMPO GRANDE


Quem, como nós,milita na Literatura,fica muito feliz ao perceber que a FEIRA LITERÁRIA DO CAMPO GRANDE  ,sempre no primeiro   domingo de cada mês,fica melhor a cada apresentação e tem o total apoio e reconhecimento do público leitor.
Neste projeto democrático da Fundação Pedro Calmon,esteio dos escritores e editores  baianos ,há lugar para todos,tanto editores como escritores independentes , espaço para todos os gêneros literários  e,ciente disto,os amigos do livro afluem com frequência cada vez maior á praça,pois,sabem que encontrarão diversão e livros bons a baixo custo.

Livreiros, distribuidores ,editores e autores ,todo o” povo do livro” tem voz e vez neste espaço.
O mais importante, pelo menos para nós,da Pimenta Malagueta,é essa interação com o público,o conhecimento de novos leitores dos quais,alguns, até  se tornam  amigos para sempre e esperamos sempre revê-los nessas ocasiões,independente de qualquer atividade comercial.
Nossos livros estão lá,expostos,admirados,folheados e ,de repente,tornam-se vivos,pois o que dá vida ao livro é a mão de quem o folheia com reverencia e admiração.
Amigos do ramo se reencontram ou se conhecem ,alguns já conhecidos através das redes sociais,de repente,materializados diante de nós,prontos para um abraço  caloroso e troca de novas ideias.Prefiro não citar nomes ,pois,o caso aqui,é registrar fatos ,não fazer proselitismo.Mas,as fotos falam  e os risos de satisfação saltam aos olhos.
Ontem, teve até música e da boa,graças ao Grupo Tapuia,que fez muita gente dançar e passar uma tarde maravilhosa.
No próximo mês ,para comemorar a data magna da Bahia – o 2 de Julho – a Feira ganhará 3 tardes ,nos dias 3,4 e 5,das 14 ás 18 hs,com música,teatrinho,recitativos  e lançamentos.Até os heróis do 2 de Julho vão descer do monumento e cair na farra.
*“Lá no campo deserto da batalha,vozes se elevarão claras e divinas,”cantando a Literatura da Bahia,com suas penas mágicas ,escrevendo livros á mancheias ,aqueles que fazem o povo pensar...

A Editora Pimenta Malagueta agradece a todos que nos visitaram,aos amigos novos e velhos que nos procuraram,á Fundação Pedro Calmon,pelo espaço cedido e promete voltar com muitas novidades no próximo mês.
*Versos do Ode ao 2 de Julho”,do poeta Castro Alves.
P.S:As primeiras imagens são do "Expressão e Impressão,o excelente blog da Cymar Gaivota
http://expressaoeimpressao.blogspot.com.br/2013/06/musica-e-literatura-uma-feira-completa.html

Antonio Barreto,o Barretão,o maior cordelista da Bahia e Achel Tinoco,poeta
O público prestigia seus favoritos,Barretão e Edilson,o Velho Viajante

João Bosco Soares também marcou presença

Itaberaba Lyra,uniu-se ao grupo

Lúcia,da Fundação Pedro Calmon,vai levar "Os 7 Pecados Capitais consigo

Poeta Emérita Andrade,Cesar Martins e João Bosco;rolando literatura
O escritor Jorge Floquet

Grupo de Múcica "Tapuia",levou alegria e música á praça
Escritora Sarah Micucci,neta de grandes amigos.Reencontro marcante.
Jorge Carrano,prestigiando a festa



Mesa de livros;a Pimenta Malagueta  todos os seus autores ,presentes nas suas obras

Grupo de teatro

Amália Grimaldi,"A Filha do Padeiro Galego" estava lá e seduziu os memorialistas