quinta-feira, 29 de julho de 2010

ENTREVISTA DE ESCRITORA MIRIAM DE SALES OLIVEIRA AO SITE WHOHUB


ESCREVER


Como você começou a escrever? Quem lia para você ao principio?

Fui alfabetizada muito cedo.Lia os livros infantis de Monteiro Lobato,escritor marcante na minha infancia.

Gostava de estórias cheias de mistério e aventuras contadas por minha avó materna.

Tinha uma imaginação muito fértil e muitos livros em casa.Acho q/ foi esta combinação explosiva(rsss)que começou tudo.

Minha mãe e minhas tias maternas liam para mim;mas,como disse,comecei cedo.









Qual é seu gênero favorito? Algum link onde possamos ver ou ler algo sobre sua obra recente?

Como leitora,gosto de ficção.Um bom romance,um livro de crônicas,contos.

Como autora adoro escrever sobre o dia - a- dia,captar o cotidiano,fazer pesquias históricas e escrever sobre os fatos do passado.

Nos meus blogs escrevo contos,crônicas e artigos.









Como é seu processo criativo? O que ocorre antes de se sentar a escrever?

Escrever é como respirar.

Os fatos vão se sucedendo,as idéias aparecendo,sai o texto.

O escritor é um observador do cotidiano,uma coisinha simples,não percebida pelos outros é identificada por nós e vira romance;ou conto,ou artigo.









Que tipo de leitura ativa sua vontade de escrever?

Acontecimentos recentes,fatos históricos;gosto de fazer crítica política,comentar o que se passa pelo mundo,que vejo com olhos bem -humorados.

O humor é a tônica da minha escrita.

Mas,me indigno facilmente e repasso essa indignação para meus leitores .

No estilo literário,a produção de imágens é espontânea,ou não é produção,mas,sim,uma fabricação de imagens.Nem sempre os textos muito burilados são os melhores.

Escreva como quem mija,dizia Lobato.Renda-se à sua imaginação e deixe fluir.









Quais são para você os ingredientes básicos de uma historia?

A história vive desde tempos imemoriais;antes mesmo de começar a linguagem escrita as pessoas já se comunicavam por sinais e transmitiam novidades sobre mortes e caçadas.

Mas,hoje como ontem ,os elementos são os mesmos:amor,ciúme,morte,dor,nascimento,aventuras,suspense.

Todo escritor genial tem o condão de conduzir o leitor até o climax da história.Ele pensa em imagens e seu texto é figurativo,baseado não só no seu estilo e originalidade,mas,principalmente nas suas vivencias.

Alguns escrevem como um jardim florido real e palpável,outros desenham uma aquarela:essa diferença revela um texto com vida própria;ou,não.

O melhor escritor do mundo é aquele que,quando você termina o livro tem vontade de ligar prá ele,dizia Salinger.









Em que sapatos você se encontra mais cômodo: primeira pessoa ou terceira pessoa?

Em ambos; muitas vezes conto meus casos pessoais em que sou protagonista como se fosse uma outra pessoa;outras,tomo e vivencio as dores ou alegrias daquela terceira pessoa como se fosse eu.









WH  Que escritores conhecidos são os que você mais admira?

Saramago,Machado de Assis,Thomas Mann,Lobato,Fernando Pessoa,Hemingway.São tantos...

WH  O que torna um personagem crível? Como você cria os seus?

O personagem só será crível se parecer com um ser humano real;um personagem é construido de pequenos pedacinhos de pessoas com as quais o escritor conviveu,e,em alguns casos,um dos personagens de uma estória é o alter ego do próprio escritor.

Meus personagens sairam todos da vida real.
WH Você é igualmente hábil contando historias oralmente?

Parece que sim.Faço palestras e as pessoas gostam,pedem bis.

Procuro por alma nas minhas falas,detesto palestras enfadonhamente lidas,sem entonação ou entusiasmo.

WH Profundamente em sua motivação, para quem você escreve?

Para aqueles que precisam de uma dose de alegria e um pouco de reflexão.E para mim ,também;é uma espécie de catarse.


WH Escreve como terapia pessoal? Os conflitos internos são uma força criadora?

Para a maioria dos escritores,parece que sim;Kérouac,Salinger,Clarice Lispector;para mim,não.

Os conflitos são uma força criadora,mas,eu sou bem resolvida,escrevo por prazer.

Mas,não sou gênio,como Balzac ou os rebeldes em geral.

WH O feedback dos leitores serve pra você?

Com certeza;escrevo para ser lida e comentada.

 Como escritora de Internet,posto em vários sites,jornais virtuais e gerencio quatro blogs.Recebo centenas de comentários que inflam meu ego.

Na Internet,onde tudo é "free",esse é o salário do escritor.
WH Você se apresenta para concursos? Você recebeu prêmios?

Participo pouco de concursos literários.

Mas,recebi recentemente um Prêmio de uma revista de Salvador.

WH Você compartilha os rascunhos de suas escrituras com alguém de confiança para ter sua opinião?

Não.Para mim, escrever é um ato solitário.

WH Você acredita ter encontrado "sua voz" ou isso é algo eternamente buscado?

A busca do "eu" interior é eterna.

E eu sou muitas e ainda vou continuar como mutante até partir;mas,escrever ajuda o auto-conhecimento.

WH Que disciplina você se impõe para horários, metas, etc.?

Escrevo sempre pela manhã quando a casa está calma eo telefone não toca.Detesto ser interrompida,principalmente por ninharias e,para mim,qualquer coisa que não seja o ato de escrever,naquele momento é ninharia.
WH De que você se rodeia em seu escritório para favorecer sua concentração?

Paz,silencio e meu cachorro.

WH Você escreve na tela, imprime com freqüência, corrige em papel...? Como é seu processo?

Escrevo direto no word,leio,reviso,corrijo e salvo,se for livro ou posto se for na internet.Simples,assim.

Que sites você freqüenta online para compartilhar experiências ou informação?

Além dos sites e blogs que escrevo,o facebook,o google buzz etc.

Falando nisto,meus blogs:www.contosecausos24x7.blogspot.com

www.mirokcaconversafiada.blogspot.com

www.fiatluxblogspotcom.blogspot.com

www.abahiadeoutrora.blogspot.com

Sites:

Recanto das Letras

Usina de Letras

Portal Literal

Portal Luis Nassif

O melhor da web

Artigonal

Milhafre
Apolo

Livros Publicados:

Textos Seletos

Livro da Família

Maktub(e-book)

Contos e Causos

A Bahia de Outrora

Antologia Cidade IV

[mirokca]

Miriam de Sales Oliveira

Salvador,Bahia,Brasil

 © Miriam de Sales Oliveira

Endereço web desta entrevista: http://www.whohub.com/mirokca










Read more: http://www.whohub.com/mirokca#ixzz0v4hbTijB

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O CENTENÁRIO DO VESÚVIO




Um velho e alegre senhor está de aniversário.

Figura constante nos livros de Jorge Amado,sendo o favorito da Gabriela,aquela morena apaixonada pelos quibes e pelos quimbas do turco Nacif,o famoso bar está centenário ,mas,com disposição de cinqüentão,sempre a espiar as belas mulheres e a se cercar de figuras alegres,boêmios,putas,e,naturalmente turistas.Que olham para cima tentando ver a Gabriela a marinhar pelo telhado.

Se o passante for de viagem curta, nem dá para apreciar a paisagem,a bela igrejinha,onde tantos ricos e empertigados coronéis rezavam as suas missas,nem as belas praias,nem a calma singela de cidade de interior com alma de metrópole.

Afinal, foi aí,no São Jorge dos Ilhéus,que aquele Jorge,o Amado,garimpou suas estórias que hoje correm mundo.

Quantas vezes me sentei nas mesinhas azuis do Vesúvio,tentando imaginar quantas pessoas,quantos romances ali começaram e terminaram,entre os deliciosos chopps geladinhos e os quibes famosos,de receita mais escondida que a da coca-cola,mas que eu sei que leva desde hortelã até pimenta rosa.

Hoje, está modernizado, mas,sem perder a magia.

Este bar foi criação de dois italianos, Nicolau Carichio e Vicente Queverini,que puseram o nome de um vulcão da sua terra.

O segundo dono,um português,por nome Figueiredo,que dizem as más línguas era amigado com uma bela mulata,de anca empinada,que levava hordas de rapazes ao restaurante só para vê-la passar.

O bar foi tombado pela Prefeitura de Ilhéus e até apareceu na Globo,pois lá foram feitas as filmagens da novela Gabriela.

Nas décadas de 30/40,o bar era freqüentado por poderosos coronéis,para discutir política e negócios.

Os famosos quibes já existiam na época e o atual proprietário,Guido Paternostro,jura que ainda conserva a receita original,guardada a sete chaves.

Mas,aos quibes centenários ,veio juntar-se a “Moqueca Arretada”,com mariscos,camarões defumados,charque e ovos.Acompanha arroz,pirão e farofa de dendê.

Apareça lá e aproveite para sentar e dar dois dedinhos de prosa com Jorge Amado,sentado na mesa de entrada.

Depois que procurar Gabriela pelos telhados,beba seu chopinho,um dos dez melhores do Brasil,segundo uma pesquisa,se deixe embalar pela calma da noite e,até pode mudar o rumo da prosa;sempre tem alguém disposto a contar estórias dos coronéis e fofocas do Bataclan,onde “meninas” escolhidas faziam as delícias da rapaziada.

Bar Vesúvio

Praça D. Eduardo,190

Centro

Ilhéus,Ba

terça-feira, 27 de julho de 2010

LENDAS DA BAHIA: A MULHER DE ROXO


Qualquer baiano acima dos cinquentinha a conheceu.Em mim,despertava muita curiosidade quando a encontrava na porta da Slopper onde minha mãe fazia compras.Nós discutíamos suas origens e seus mistérios enquanto tomávamos chá no Salão das Duas Américas. 
Calada,tímida e muito educada ninguém sabia de certeza quem ela era.
Hoje,sabemos.É uma das lendas mais gostosa de ser recordada nesta misteriosa cidade do Salvador.
Está presente aqui no belo texto do Gutemberg Cruz.


""Sempre de roxo, com roupas que lembravam o hábito usado pelas freiras, ela costumava perambular e dormir pela Rua Chile e imediações. Teria nascido em 1917 e morrido em 1997, aos 80 anos. Dizem que foi moça instruída, de boa família e que teria enlouquecido por causa de uma grande desilusão amorosa. O final da vida da Mulher de Roxo foi triste, assim como a sua imagem em vida, marcada pelo abandono de todas as coisas.


A história de Florinda Santos, a conhecida Mulher de Roxo, se transformou numa lenda urbana, uma figura mitológica conhecida por todos da localidade. Não importava se o dia era de chuva ou de sol, ela nunca faltava. Era só as portas do comércio da Rua Chile abrirem e dona Florinda já se encaminhava para a entrada da Slopper. Vestida com roupa de veludo violáceo, iniciava o ritual diário. Andava de um lado para o outro, falava sozinha e sempre pedia dinheiro. Tudo com muita educação. Afinal, dizia-se que a Mulher de Roxo, personagem dos tempos diários do centro da cidade, vinha de boa família.

Andava descalça com longas mantas, um torço e um enorme crucifixo. Tudo isso dava a ela um ar meio santo, meio louco, meio andarilho e meio mendigo. Algumas vezes a dama desfilou com uma roupa de noiva, com direito a buquê, véu e grinalda. Com todos esses componentes cênicos, contraditórios e demasiadamente humanos, a mulher de roxo despertou sentimentos em toda a cidade, medo e respeito, pena e carinho.

Qual sua origem? Poucos sabem direito. Uns defendem a tese de que havia perdido a fortuna e enlouquecido; outros apregoavam que teria visto a mãe matar o pai e depois suicidar-se; terceiros garantiam, ainda, que ela perdera a filha de consideração e a casa, na Ladeira da Montanha, numa batalha contra o jogo. Outros ainda contam que ela enlouqueceu porque teria sido abandonada no altar. Em outros depoimentos,. aparece como uma bela mulher, a mais cortejada dentre as freqüentadoras do chá no final da tarde na Confeitaria Chile e como ex-professora em Paripe. Florinda, que nunca contou a ninguém, sua verdadeira história, perambulava com suas vestes roxas, inspiradas nas roupas das suas santas de devoção.
Vestida de freira, circulava livremente pela rua mais badalada de Salvador. A estranha indumentária, que incluía ainda um grande crucifixo, a transformou na Mulher de Roxo, a principal lenda urbana da capital. Foi assim que Florinda, a mendiga que jurava ser rica, passou a ser a personagem lendária, surgida, do nada, em frente à loja Sloper, nos anos 60 do século XX, em Salvador. Quando se enfeitava, com maquiagem forte no rosto e nos lábios, ela usava o espelho retrovisor dos automóveis estacionados. Como sanitário, servia-lhe qualquer território mais calmo. A Rua Chile era sua verdadeira casa, seu mundo, seu reinado. A intimidade com a rua era tão grande que ela sempre andava descalça. Na fachada da loja Sloper, localizava-se o seu trono de sarjeta. Na Rua Chile, chegava sempre muito cedo, circulava pelo centro e só recolhia o seu saco preto ao meio-dia, quando almoçava. Ao final do dia, voltava, andando, ao albergue noturno da prefeitura, situado na Baixa dos Sapateiros.
Muitas reportagens foram publicadas na época sobre a mulher de roxo ou dama de roxo. O jornalista Marecos Navarro gravou uma entrevista exclusiva com ela e é um dos raros documentos em que é possível ouvir a voz de Florinda. Em 1985 o cineasta baiano Robinson Roberto documentou um vídeo em Super 8 em que a mulher de roxo diz morar no albergue há três anos, e revela pertencer à família Rainha Princesa. Foi também personagem retratado na Galeota Gratidão do Povo, painel de 160 metros quadrados pintado por Carlos Bastos, que decora o plenário da Assembléia Legislativa.

Ela era tão cinematográfica que até inspirou um personagem do cineasta Glauber Rocha no filme O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969). A moça de manta roxa do filme era baseada na lenda viva da Rua Chile. Ela também inspirou o documentário A Mulher de Roxo, produzido pelo Pólo de Teledramaturgia da Bahia. O vídeo de 12 minutos, dirigido por Fernando Guerreiro e José Américo Moreira da Silva, mistura documentário e ficção. Haydil Linhares é uma das atrizes que vive Florinda Santos, a Mulher de Roxo.
A personagem lendária da Rua Chile hoje é só lembrança. Se em vida foi famosa ou anônima, rainha ou plebéia, foi uma lenda urbana de Salvador. Enclausurada em si mesma, ninguém conheceu sua verdadeira história, de riqueza ou pobreza, de princesa abandonada no altar ou professora. Talvez ela fosse tudo que sempre queria – uma personagem lendária que sobrevive no imaginário popular. Longa vida para essa dama/santa com sua aura de mistério."

(Gutemberg Cruz)
Gutemberg Cruz é jornalista e escritor.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

SE ESSA RUA FOSSE MINHA: ITAPAGIPE







-Onde você mora?

-Em Itapagipe.

-Nossa,porque tão longe!?

Itapagipe é,sim,um bairro distante da Nova Salvador,aquela que não está no “A Bahia de Outrora” pelo simples fato de que ainda não existia antigamente,isto é,outrora.

Quando Tomé de Souza aqui aportou teve a idéia de construir a cidade na Península de Itapagipe, (do tupi,”rio que corre nas pedras”) encantado com suas belezas naturais,paisagens,clima aprazível e facilidade de navegação.

Porém,o local não satisfez o quesito “defesas” e assim a cidade foi construída no morro entre a Misericórdia e a Praça Castro Alves,a conselho do seu mestre – de –obras,Luis Dias.

O bairro era tão isolado que serviu de couto para o bispo D. José Botelho,para se livrar das prisões de Pombal,pois não concordava com o seqüestro dos bens dos jesuítas e expulsão da Ordem como queria o famoso Marquês.

O bispo renunciou às pompas e circunstancias e veio terminar os seus dias na Igreja de Nossa Senhora da Penha de França,hoje conhecida como Igreja da Penha.Simples assim,pois,em Itapagipe tudo é belo e simples,descomplicado,vida mansa,belas praias e o incrível pôr – do-sol do Monte Serrat;sem contar que moramos aos pés do Senhor Bom Jesus do Bonfim,padroeiro de Salvador,Senhor dos Milagres,que da Sagrada Colina vela por todos nós.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Lançamento do livro "A Bahia de outrora"

Enfim chegou o tão esperado dia: lançamento do "Bahia de Outrora",uma volta ao passado.

Colcha de fuxicos,margaridas e rosas,é a Bahia,yoyó

Um público interessado e...comprador.

Presença dos amigos:escritor Hugo Homem e Ivone Soll,com a autora.

Um ícone baiano:  Clarindo Silva,dono da Cantina da Lua,berço da boemia,personagem de Jorge,o Amado.

A autora e o escritor Antonio Cedraz

Com o amigo Alexnaldo,da Fundação Gregório de Matos.Presenca!

O amigo e colega escritor Silvino Bastos


Amigos e leitores
A família:filhos,genros,netos e bisneta.
Meu marido,amigo e companheiro,meu norte. 
O poeta Ewerton,entre colegas
A escritora e jornalista Kátia Borges.Palestra
A emoção dos autógrafos.
O escritor e presidente da Academia de Cultura da Bahia Benjamim Macedo



Cordelistas e violeiros não poderiam faltar
                                            O estilo inconfundível da escritora,atriz e poetisa Clara Maciel


Só me resta agradecer aos colegas,amigos . leitores e à família  esse dia maravilhoso.Agradecimento especial ao jornalista Carlos Souza e à Fundação Pedro Calmon pela cessão do espaço.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

PELOS BAIRROS E LADEIRAS DA BAHIA




NO TERREIRO DE JESUS,comi cuscús.

NA LADEIRA DA PREGUIÇA,descansei.

NA BAIXA DOS SAPATEIROS,namorei.

NO CURUZÚ, sambei.

NA RUA DOS ALGIBEBES,me perdi.

NO PAU MIÚDO,mulher nenhuma quer ir.

NO CABULA,chupei laranjas.

NA MATA ESCURA,me assustei.

NA RUA DO TIRA-CHAPÉU, saudei  Miguel.

NA CALÇADA,quase descalço,


FUI Á LIBERDADE,comprar sapatos.

NO TORORÓ, caiu um toró,

Mas,me enxuguei em NAZARÉ,

Como é que é?

NA SAÚDE,comprei um alaúde

Prá tocar no CANDEAL.

NA PRAIA DO CHEGA NÊGO,que sossego!



Fiz amor em ITAPOAN.

NO ABAETÉ,tomei café.

Tomei coragem,fui aos BARRIS,ris?é que não sabes a ladeira que vais subir...

NA SOLEDADE,Cantei Adelaide.


NO PELOURINHO,passeei sozinho.

NA RUA CHILE,fiquei nos trinques.

EM AMARALINA,virei menina.

NO BONOCÔ,meu dinheiro acabou.

NO BONFIM,minha mãe rezou.

NA MADRAGOA,matei saudades de Lisboa.

NA RIBEIRA,fiz besteira.

NA BOA VIAGEM,fiz bobagem.

NO CAMINHO DE AREIA,tropecei,

E,NO LARGO DE ROMA,quase apaguei.

NA CALÇADA,quase descalço,

FUI Á LIBERDADE,comprar sapatos.

NO TORORÓ, caiu um toró,

Mas,me enxuguei em NAZARÉ,

Como é que é?

NA SAÚDE,comprei um alaúde

Prá tocar no CANDEAL.

NA PRAIA DO CHEGA NÊGO,que sossego!



Fiz amor em ITAPOAN.

NO ABAETÉ,tomei café.

Tomei coragem,fui aos BARRIS,ris?
é que não sabes a ladeira que vais subir ...
O jeito é tomar água se coco em ONDINA,e cantar as meninas....


BEMVINDO Á SALVADOR,COM AMOR!

"A Bahia de Outrora "está na Galeria do Livro,na Praça Castro Alves,no prédio do Espaço Unibanco.
Vá correndo e leve o seu!

terça-feira, 20 de julho de 2010

AGRADECIMENTO



Foi uma bela tarde em Salvador,com sol e uma brisa fresca como no tempo das sinhazinhas.

Aos poucos foram chegando os amigos e leitores;como ave recém emplumada que quer ganhar o mundo ,”A Bahia de Outrora” foi deixando o colo materno e ganhando o mundo,levado pelas pessoas de bom gosto que o levaram para suas casas.

Enquanto degustávamos um bom vinho e comíamos sequilhos (pois era assim, não sabe o senhor que as sinhás e sinhozinhos recebiam seus amigos nas tardes de sábado!?) uma mamãe orgulhosa ouvia os comentários;como o daquele senhor de chapéu branco e cabelos idem que me disse:

_Estava no Terreiro de Jesus quando li sobre o livro no “Correio” *;andei até aqui,pelo Centro Histórico como gosto de fazer,só para comprar este livro.

Um professor universitário que eu não conhecia falou:

_Este livro veio preencher uma lacuna aberta desde a morte da saudosa memorialista Hildegardes Vianna.

Por tudo isso,quero agradecer o apoio recebido da Fundação Pedro Calmon ,aos meus amigos e leitores a presença e a acolhida simpática ao meu novo rebento.

Especialmente – e, dê licença yoyó prá eu falar – a presença de Clarindo Silva,dono da Cantina da Lua,um ícone da Bahia,que apesar de ser domingo,dia dos bons baianos estarem nas suas redes descansando,veio e levou o livro.E,como os bons baianos de antigamente,quando eu disse:

_Clarindo, esse é presente.

Ele soltou aquele riso alvar e falou:-Não senhora,quero comprar.

Obrigado à todos e todas.

*Correio da Bahia,jornal baiano

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Feira de Livros Vão das Letras homenageia a Literatura de Cordel


Feira de Livros Vão das Letras homenageia a Literatura de Cordel


Na programação, apresentação de cordelistas, bate-papo com escritora e lançamento de livro



A Literatura de Cordel será a grande homenageada da próxima edição da Feira de Livros Vão das Letras, no dia 18 de julho (domingo), das 9 às 17h, no vão livre do Teatro Castro Alves. A programação literária integra o Projeto Domingo no TCA, que terá ainda apresentação do cantor e compositor, Mateus Aleluia, às 11h, na Sala Principal, por apenas R$1,00. Os participantes do Vão das Letras poderão conferir a apresentação de cordelistas, um bate-papo com a poeta Kátia Borges e o lançamento do livro A Bahia de Outrora, da escritora Miriam de Sales Oliveira. O Vão das Letras é uma parceria do Núcleo do Livro, Leitura e Literatura da Fundação Pedro Calmon/Secult com a Câmara Baiana do Livro e o Teatro Castro Alves. Durante todo o dia, livros de diferentes editoras serão comercializados a preços reduzidos.

“Nesta edição, a Feira de Livros Vão das Letras homenageará essa importante referência da cultura popular que é a Literatura de Cordel. Pela primeira vez na Feira, os cordéis serão expostos em estantes e comercializados. É preciso expandir o acesso a este ramo da literatura”, destaca a diretora do NLLL, Lúcia Carneiro.

As apresentações iniciam às 12h30, com uma apresentação do Grupo Entre Versos e Canções e o poeta Maviael Melo dos Santos. Às 13h30, será a vez de conferir as duplas de repentistas baianos Paraíba da Viola/ Leandro Tranquilino e Antonio Queiroz/Antonio Martins. Em seguida, às 15h, a jornalista e poeta Kátia Borges participará do projeto Conversa com o escritor, um bate-papo descontraído com leitores. Borges já lançou três livros de poesia: De volta à caixa de abelhas, pelo selo As Letras da Bahia, em 2002, Uma balada para Janis, 2009, pela editora P55, e Ticket Zen, pela editora Escritura.

Para encerrar a programação, a escritora Miriam de Sales Oliveira lançará seu mais recente livro, A Bahia de Outrora, às 16h. De acordo com a autora de 67 anos, o livro faz “uma turnê pelo passado, fuçando velhos baús de jacarandá, cheirando a alfazema e patchuli, despertando sinhazinhas adormecidas e velhas matronas respeitáveis, para quem a Bahia de hoje seria mais escandalosa que Sodoma e Gomorra juntas”, explica.

O Vão das Letras integra a programação do “Domingo no TCA”, projeto que apresenta espetáculos ao preço popular de 1 real. No dia 18, às 11h, o projeto recebe o cantor e compositor baiano Mateus Aleluia, único representante vivo da formação original do grupo vocal “Os Tincoãs”, grupo que se tornou famoso nas décadas de 70 e 80, com interpretações de cânticos de terreiro de candomblé, entre outras.

QUEM FOI DISSE:


Estava conversando hoje lá com um historiador e ele me ressaltou a importância do seu livro para pesquisas históricas atuais e futuras. Como eu também pesquiso História, sei o quanto é valorizado relatos de costumes pessoais como documento de base para novos escritos, acadêmicos ou romance histórico. Mais uma vez, parabéns pelo livro.



Aurélio Schommer, escritor e p residente da CBaL

quinta-feira, 15 de julho de 2010

ANTIGOS CARNAVAIS


                                                                  Os carros alegóricos
Eram muito gostosos os carnavais da minha infância!

Embora morássemos numa cidade do interior,Dezembro chegando,tomávamos o trem para Salvador,onde moravam meus avós maternos,e,enquanto a Mariafumaça vencia os trilhos com sua eterna cantilena “café com pão bolacha não”,eu antegozava os prazeres que me esperavam na Capital,e,principalmente.o carnaval,para mim,a melhor de todas as festas,suplantando até o Natal.

Meu pai,festeiro como ninguém e um pé de valsa que faria inveja a Juscelino,tratava logo de alugar um carro,uma baratinha sem capota,para nos levar ao corso.Também tratava do aluguel das cadeiras na Rua Chile,ponto estratégico onde passava todos os foliões e os carros alegóricos,fazendo o Corso.Dodô e Osmar ainda não tinham inventado o Trio Elétrico,que mudou a face do carnaval da Bahia.

Minha mãe,que nunca foi festeira,mas,nos acompanhava,tratava das minhas fantasias;uma para cada dia,o Domingo,começo da festa,a Segunda Feira Gorda da Ribeira e a Terça,fim do tríduo momesco.Sem direito á prorrogação.

Um dia eu saía de cigana,aproveitando as longas e grossas tranças que exibia na época;estamos falando dos anos quarenta e eu tinha sete anos.(1949);na segunda feira,virava odalisca,cheia de véus de gaze transparentes,que meu avô achava uma indecência;na terça,me vestia de baiana,á lá Carmem Miranda;confetes e serpentinas,não faltavam.Bem como as lança-perfumes Rhodo e Rodouro,sem elas para borrifar nas pessoas,(e só para isto,ninguém falava em cheirinho da loló)o carnaval perdia a graça.

Centenas de foliões mascarados,os( “caretas” )ou fantasiados ,desfilavam sua alegria,entre a Avenida Sete até a Praça da Sé.Quase não havia carnaval nos bairros.A mudança do Garcia,cheia de alegria e irreverência,temida pelos políticos,dura até hoje;já o “jegue de cueca e a jega de calçola”,da Massaranduba,bairro popular,este acabou.Bem como o Clube Carnavalesco “Rosa do Adro”,que também se foi.

Havia blocos como “os Filhos de Gandhi”,que já despontavam e o violento “Apaches do Tororó”,cujos membros invariavelmente acabavam no xilindró,para gáudio da população,que se deslocava para as portas das Delegacias,na quarta-feira de cinzas,para ver a saída dos prisioneiros fantasiados e rir da cara de todos.

Porém, belos eram os clubes carnavalescos com a majestade dos seus carros alegóricos,cheios de mulheres bonitas e muita música,cor e alegria.Cada um,queria suplantar o outro em riqueza e pujança.Havia o “Fantoches da Euterpe”,o “Cruz Vermelha”,o” Inocentes em Progresso”,com um carro só de crianças.

A discriminação velada ainda persistia.Os negros só podiam festejar na Baixa dos Sapateiros,Liberdade,onde nasceu o Ilê Aiyê,e na periferia.

Isto durou até 1950,quando o engenheiro mecânico Osmar Macedo e o radiotécnico Dodô Nascimento decidiram fazer o seu carnaval tocando suas músicas em cima de um Fordeco 1929,criando assim o “pau elétrico, avô dos trios elétricos de hoje.

*Essas e outras histórias da Bahia você encontra n'A Bahia de Outrora"
Peça já!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O ILÊ AXÉ OPÔ AFONJÁ FAZ 100 ANOS!


Mãe Stella de Oxossi                                                                            Mãe Aninha


PARABÉNS!


Esta casa cujo nome significa “Casa de força sustentada por Afonjá”,um dos mais respeitados terreiros da Bahia fica centenário;mas,com a força de um adolescente.

A história do Terreiro do Axé Opô Afonjá (outros Nomes: Terreiro de Candomblé do Axé Opô Afonjá; Ilê Axé Opô Afonjá) assim como a do Terreiro do Gantois, está intimamente vinculada ao Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho.

Esta é uma das três casas matrizes do Candomblé,no Brasil.Suas sacerdotisas estão presentes na própria história da Bahia,graças à sua força e coragem.Mãe Aninha,Mãe Bada,Mãe Senhora,Mãe Ondina e Mãe Stella são figuras exponenciais da cultura negra e guardam com coragem e paixão a história dos seus antepassados.

Este é o terreiro mais antigo de que se tem notícia e o que, segundo vários autores, serviu de modelo para todos os outros, de todas as nações. Um grupo dissidente do Terreiro da Casa Branca, que surgiu há 300 anos, quando a comunidade nagô se instalou na Barroquinha.

Sob o comando da quituteira Eugênia Anna dos Santos, feita filha de santo no terreiro da Casa Branca,nasceu em 1910, o Terreiro Kêtu do Axé Opô Afonjá, numa roça adquirida graças às economias de Mãe Aninha,no bairro de São Gonçalo do Retiro.

O terreiro ocupa uma área de cerca de 39.000 m2. As edificações de uso religioso e habitacional do terreiro, ocupam cerca de 1/3 do total do terreno, em sua parte mais alta e plana, sendo o restante ocupado pela área de vegetação densa que constitui, nos dias de hoje, o único espaço verde das redondezas.





Por força da topografia do terreno, as edificações do Axé Opô Afonjá se distribuem mais ou menos linearmente, aproveitando as áreas mais planas da cumeada, tornando, no acesso principal, um "terreiro" aberto em torno do qual se destacam os edifícios do barracão, do templo principal - contendo os santuários de Oxalá e de Iemanjá -, da Casa de Xangô e da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos e um museu,o Ilé Ohon Lailai (casa das coisas antigas).

A organização espacial do Axé Opô Afonjá mantém as caracteríticas básicas do modelo espacial típico do terreiro jejê-nagô. Esses mesmos elementos, são também encontrados nos terreiros da Casa Branca e do Gantois, apenas com uma diferença: no Axé Opô Afonjá o barracão é uma construção independente, ao passo que nos dois outros terreiros ele está incorporado ao templo principal.

Cabe a essas sacerdotizas como Mãe Stella de Oxossi,o dever de manter vivas as tradições e culturas de uma raça e continuar “segurando as rédeas das coisas”,como ela mesmo diz.

Vida longa para o Ilê Axé Opô Afonjá,que continue sustentado por Xangô que era o orixá de Mãe Aninha,a Obá Biyi,que começou tudo.

Quer saber mais sobre a Bahia,tradições e história?
Leia "A Bahia de Outrora".
Faça seu pedido AQUI.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A BAHIA DE OUTRORA






Apresentação



Estas crônicas de costumes têm o objetivo de mostrar ás gerações mais novas como era a Bahia do inicio do final século XVII até os anos 40/50.

Estes apontamentos nasceram, não só da tradição oral, onde o conhecimento passa de pai para filho como uma magnífica herança pessoal, como também brotaram das minhas lembranças de criança e das narrativas de tios e vizinhos de uma geração anterior á minha, acostumados a vivenciar certos hábitos, hoje obsoletos.

A nova geração do PC e dos games, nunca andou de bonde, não costura suas próprias roupas, nem sabe o que é fogão á lenha. Os jovens de hoje logo exibem um risinho sarcástico no canto da boca quando se fala de antanho,estão acostumados a “ficar”,caem na gargalhada quando contamos como era o namoro naqueles tempos e,ainda rindo vão se informar na Internet,pois,é sabido que “o Google é meu pastor e nada me faltará”.

A colaboração dos mais velhos do que eu - pasmem!-eles ainda existem-foi benéfica para me recordar de coisas que não lembrava mais, ou por ser muito criança na época que esses fatos aconteceram, ou por ser muito velha, hoje; afinal, nasci no século passado.

Nada me deu mais prazer do que escrever este livro; fiz uma turnê pelo passado, fuçando velhos baús de jacarandá, cheirando a alfazema e patchuli, despertando sinhazinhas adormecidas e velhas matronas respeitáveis, para quem a Bahia de hoje seria mais escandalosa que Sodoma e Gomorra juntas.

Quantos ofícios de Nossa Sra. quantos Kyrie Elesion seriam necessários para purgar tanta indecência!Para essas santas senhoras a falta de limites já passou dos limites.


COM A PALAVRA,O LEITOR:

: bel.araujoalves



Ouvi a entrevista e gostei muito, principalmente do seu caso de amor com MINAS e com o livro ao vivo e a cores. O livro é um objeto mágico criado por pessoas inteligentes e portanto imorrível (será que existe essa palavra?), se não existe passará a existir a partir de agora


afinal como você mesma disse: o bom livro é eterno. Ziraldo acha o livro o objeto mais perfeito criado pelo homem.

Miriam.






Estava conversando hoje lá com um historiador e ele me ressaltou a importância do seu livro para pesquisas históricas atuais e futuras. Como eu também pesquiso História, sei o quanto é valorizado relatos de costumes pessoais como documento de base para novos escritos, acadêmicos ou romance histórico. Mais uma vez, parabéns pelo livro.

Aurélio Schommer, escritor e p residente da CBaL






domingo, 11 de julho de 2010

FAROL DA BARRA EM SALVADOR


                                                                        Noite no Farol

Tantas luas
brilharam nesta paisagem...
Amor imenso!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

FESTAS DE FAMILIA


FESTAS DE FAMILIA


Com certeza, nenhum de nós jamais escapou.

Principalmente quem vem de lares tradicionais,famílias grandes,comemorações de aniversários,ajantarados nos Natais ou consoadas da quaresma.Reúne-se toda a família,parentes,aderentes,empregados antigos de confiança da dona da casa,que vêm ajudar nos preparativos e,ao mesmo tempo,participar da reunião.Faltar,não é considerado de bom tom,a família está sempre em primeiro lugar,só perdendo para as obrigações,depois delas é que vem a devoção,reza o velho ditado.

Aquele cunhado “mala”,que você quase nunca vê,aquele primo inconveniente que fica lembrando as brincadeiras da infância,sempre num ângulo desfavorável a você,a tia viúva há vinte anos,que vem chorar com você as saudades do marido,cheia de soluços e tragédias,seu avô,meio gagá,sempre a perguntar que horas são,sua amiga de infância,da qual você sempre invejava secretamente a formusura(principalmente pelas comparações que sua família “caridosamente”não deixava de fazer)transformada num maracujá de gaveta,mais pregueada que saia de normalista,e,você,ainda inteiraça,comivel,como se diz,emfim tira a sua vingancinha,há muito esperada.Aquela prima solteirona,por destino,não por opção,que detesta falar a idade,é atacada pelo cunhado de uma amiga,que a toda hora pergunta:-Ela já fez 60 anos?Vira e mexe,volta ,batendo na mesma tecla:-Com certeza,já passou dos sessenta...Que você acha,Miriam?E eu,irreverente e mal educada,como sempre,para com os inconvenientes,respondo:-Ah,ela é mesmo muito velha;é do tempo que era falta de educação um cavalheiro perguntar a idade de uma senhora...

O cunhado de minha tia,boiola de carteirinha,chega,refrescando o ambiente,que,com ele dentro,nem precisa de ar condicionado.Veste uma calça justíssima,que deixa perceber até a religião,uma camisa laranja de gola roulé,no calor de Salvador e várias correntes de prata que faria inveja a um cigano,vem deslizando me dizer que a mulher está grávida.Não resisto,pergunto:-E você,desconfia de quem?Êle sai,amuado.

E o dia vai passando,chega o almoço,todos se abancam,elogiam o peru,repetem a macarronada,mesmo as de dieta,esbaldam-se com as sobremesas,que uma prima,recém chegada dos States,onde foi comprar bugigangas em Miami(novo Vaticano da classe média,que vai rezar ao Deus Consumo),chama de “dessert”,bebericam o cafezinho na varanda e a tarde se esvai,a conversa rolando,cansada,versando quase sempre sobre política,novelas,crianças,criadas,mercado financeiro,petróleo,viagens(que fizeram ou gostariam de fazer).Todos avaliam todos,procurando detectar sinais de bem ou mal viver para amanhã ligar umas para as outras,numa rede de fofocas e informações que faria o FBI parecer brinquedo de criança.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

CONVITE

Olá amigos


Dia 9 de julho a partir das 15hs farei uma palestra sobre “Monteiro Lobato –um homem cheio de Artes” a convite da Academia de Cultura da Bahia,situada na Faculdade 2 de Julho,no Garcia.

A palestra será na Capela.

Todos estão convidados.

Um cheiro

quarta-feira, 7 de julho de 2010

LENDAS DA BAHIA



COMO NASCERAM OS FEIOS

Contam os antigos que,no inicio dos tempos,Cristo ficava na beira do rio,”moldando”gente.

Amassava o barro da terra com água,sovava bastante,até conseguir que tudo ficasse bem ligado.Depois de rezar bastante contrito,modelava bonecos muito bem feitos,de belas feições,que depois de secarem ao sol,viravam pessoas,bem bonitas e harmoniosas.Diz a lenda que S. Pedro invejava bastante a arte do Mestre e estava muito desejoso de ,um dia,imitá-lo.Um dia em que Jesus saiu para pregar,Pedro,afoito,mesmo sem cessar o barro,fez uma massa ás pressas e,a medo,corrido e sem habilidades,modelou alguns bonecos.Colocou-os no sol e ficou quieto num canto,com cara de gato que descobre panela...Queria assuntar a surpresa do Cristo,quando voltasse.

Mas,caiu uma chuva,molhou tudo,amolecendo as cabeças que estavam mais expostas ao tempo.Sem poder esconder a impaciência e o orgulho do trabalho feito,assim que Cristo chegou,Pedro contou que tinha feito gente e queria a opinião do Senhor.Mostrou ao Cristo,divertido:

-Gente, Senhor.Fiz gente.

-Gente,!? disse Cristo,sem poder conter o riso.Onde já se viu pessoas tão mal ajambradas?Que cabeças chatas!Orelhas grandes e despregadas!Olha só esse nariz!? Não! Não pode ser! Pedro,você não fez a massa direito porque não a protegeu da chuva,homem!?

-Acho que foi tudo isso junto, Mestre!Estou desolado!Mas, eu tinha tanta vontade de fazer gente...Mostrar minhas habilidades ao Senhor! falou humilde.

Comovido, na sua infinita bondade,Jesus disse:

-Ponha tudo dentro d’água,de novo;Vamos refazê-los.

-Oh,lá se vai minha criação!

-Ò Pedro, tem dó! Esta gente está muito feia.Para que terra vou mandá-los?

-Mestre,vamos solta-los por aí;um mundo só de gente bonita fica tão chato!

È por isso que existe tanta gente feia, no mundo.Foram feitos por um santo inábil,num dia de chuva!

Essa e outras estórias bem divertidas você encontra no livro "A Bahia de Outrora".
Peça pelo Mercado Livre ou PagSeguro.Informe-se neste blog.


FALA O LEITOR:

Nome: Cezar Ubaldo

Assunto: parabenizar a autora

Mensagem: Salve,salve,amiga Miriam Sales.O que vi e li no "Bahia de Outrora" é a comprovação de que voce é uma das defensoras do que há de belo,terno e eterno na nossa Bahia.A magia está presente na sua página,através de textos leves e definitivos de amor à nossa cidade de São Salvador.Parabéns.Feliz sou,por compartilhar das maravilhas que voce escreve nos seus Contos e Causos,dando-nos sempre,lições sobre os aspectos históricos da Bahia e suas influências.Grande abraço.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

BAHIA DE TODOS OS ENCANTOS:O FORTE DO MONTSERRAT

A Igrejinha de Nossa Sra. do Monteserrat

                                                     Forte do Montserrat
Esqueça tudo o que você já viu!

O pôr do sol assistido no forte do Montserrat è o mais lindo do mundo,melhor que uma tela de Monet.

A igrejinha centenária o pròprio forte da època dos holandeses e o mar,o ator principal,com mil coloridos e nuances perfeitas,juro,nâo è exagero de baiano;dá uma tranqüilidade,uma paz,um renovador encontro consigo mesmo.

O ocaso no mar,a brisa fresca,a paisagem,as construções coloniais...

Se estiver em Salvador não perca esse passeio.

Se ainda não foi aproveite o mês de Julho ensolarado e tome uma água de coco,displicentemente sentado (a) á murada do Forte olhando uma das mais belas paisagens que Deus criou.

COMO CHEGAR:

Não há linhas de ônibus diretas para lá; pegue um Ônibus Bonfim ,via Luis Tarquínio,salte no Largo da Boa Viagem e ande uns 150 m até o forte.

De carro o acesso é o mesmo, ruas seguras e bem pavimentadas. O Forte é ocupado pelo Exército que mantém a segurança.

Aprecie a escadinha onde,segundo a lenda,foi morto o Capitão Johann Van Dorth,durante a luta contra os holandeses.

• Opinião dos visitantes:

Salvador é uma cidade com belos atrativos, muitas coisas para visitar, muitas festas. A cultura do povo baiano é algo incrível. Porém, alguns pontos da cidade tem um cheiro muito desagradável e a insistência dos ambulantes para que você compre colares e pulseiras é insuportável. Primeiro eles dizem que é de graça, depois ficam no seu pé durante o passeio todo. A sinalização da cidade também deixa a desejar, e o trânsito está cheio de motoristas mal educados. Giovana

Salvador é a cidade

dos sonhos de todo ser humano.Andréa

Você até sai da Bahia, mas, dificilmente, a Bahia sairá de você. O lugar é mágico e inebriante.

Gracieth


Compre "A Bahia de Outrora" em até 10x pelo Mercado Livre.

domingo, 4 de julho de 2010

BAHIA RIMA COM POESIA


VOCÊ JÁ FOI À BAHIA?




Você já foi a Bahia?

Se não foi,amigo,vá.

Vá ver a pátria do samba

o reino de Yemanjá.

Salte na praia morena

onde Cabral aportou.

Olhe,abra a boca e se fique

como ficou o cacique

no dia em que rei Henrique

nossa terra batizou.



Ande,respire a poesia

que o panorama ilumina!

Saveiros,Farol da Barra

Cais Dourado, Amaralina.

Veja tudo e se concentre

nessa doçura marinha.

E diga,sinceramente

se depois você não sente

a exaltação eloqüente

de Pero Vaz da Caminha.





Aqui é a Cidade Baixa

comercio,quinquilharias

crioulas em cada beco

moleques em cada esquina.

Ali,secos e molhados

e,acolá,encadernados

pensamentos ensebados

Livraria Catilina.



Depois,se tem boas pernas

vá para a cidade alta;

subindo as mesmas ladeiras

que Castro Alves subiu.

Vendo as famosas repúblicas

da estudantada de outrora

que há muito se foi embora,

com o romantismo,partiu.



Mas,se não quer ter trabalho

ou sofre de reumatismo,

não se entregue ao pessimismo

que pode subir sentado;

de taxi,não,que isto é feio.

Tome o Elevador Lacerda

E,se quiser mais poesia

suba de Plano Inclinado.



Cidade Alta,não pare

vá direto à Rua Chile,

vitrinas,bares,desfile

do grãfinismo da terra.

Mas,isso de hotéis gigantes,

cinemas,auto-falantes

pares janotas,galantes

nada da Bahia encerra.



A Bahia que estimamos

mora juntinho ao Terreiro.

Fica do Monte Serrat

à baixa do Sapateiro.

Anda de torço e chinela

brinca no Largo da Sé,

]chupa roletes de cana

da boa cana caiana,

come os quindins da baiana,

caruru e acarajé.



É esta a musa gostosa

mulata bela, dengosa

muito sonsa e muito prosa

que,ora,apresento a você.

Que almoça lá no Mercado

um vinho tinto gelado

com vatapá preparado

com bem pimenta e dendê.



Mulata que arranja tudo

com meu sinhô do Bonfim

que tange o diabo de casa

com perfume de alecrim.

Que é devota de verdade,

mas,quando cisma de amar...

Tem artes,ninguém se iluda.

Pega um raminho de arruda

benze o gajo e o gajo gruda

que só Deus pode apartar.



Mulata filha de um sonho

que teve Nosso Sinhô

após fazer o universo

no dia que descansou;

E que depois de criada

agradou tanto ao Criador

que esse de uma só penada,

com letra bem caprichada

escreveu sobre a fachada

“Terra de São Salvador”

                               Martins D'Alvarez

sábado, 3 de julho de 2010

TRADIÇÕES DA BAHIA :O YEMANJÁ




Entre os orixás,Yemanjá é um dos mais respeitados;representa o mar,fonte de toda a vida e um dos mais potentes elementos da natureza.

Deus e as águas! exclamamos, pedindo proteção aos mais fortes.

Nunca saberemos exatamente quem teve a idéia de criar o Restaurante Yemanjá.

Conta a tradição que ele nasceu na Rua Carlos Gomes,centro de Salvador, famosa rua de comércio popular paralela à Avenida Sete.

A responsável pelas delícias ali servidas era a famosa quituteira Anália que os mais velhos dizem ter sido cozinheira em casa de Jorge Amado. Não tenho certeza, mas,o povo fala.

O certo é que em 1969 ,D. Anália mudou-se para o Bairro Boca do Rio instalando-se onde hoje fica o restaurante Agdá.

Foi desde então que passei a freqüentá-lo levada pelo olfato.

O cheiro das moquecas, vatapás e acarajés faziam todos correr para lá.Eu e a torcida do Bahia,muito poderosa nesta época,cuja sede ficava ali pertinho.

O Centro Administrativo também, e, tome gente,cada dia mais,um chamando o outro, num festival de cheiros e gostosuras capaz de derrubar qualquer regime.

O nome Yemanjá foi posto por causa das visões de uma menina, filha de D. Anália.que jurava ver uma linda moça e esta lhe entregava um punhado de ouro.

Vestida de azul,envolta em brilhos,só podia ser Yemanjá.

Um belo painel naïf pintado nas paredes do fundo do restaurante dá credibilidade à estória.

No dia 19 de novembro de 1974 o Restaurante Yemanjá passou para sua sede atual.O ambiente lembra um galpão de pescadores e foi obra do artista plástico Édilo.

Um dos mais tradicionais da Bahia esse restaurante que nunca mudou seu estilo,qualidade dos pratos e a simpatia das suas “baianas” recebe centenas de milhares de visitantes e gourmets do mundo inteiro, atraídos pela moqueca de siri catado,pelo bobó de camarão pelo caruru e vatapá,de se comer rezando.

Quer o melhor de Salvador? Então,meu rei,passa lá...
Compre o livro "A Bahia de Outrora" e aprenda a fazer os quitutes da baiana tão bem como os do Yemanjá.


Avenida Otávio Mangabeira, 4655


Salvador - BA, 41706-690

(0xx)71 3461-9010
http://www.restauranteyemanja.com.br/

sexta-feira, 2 de julho de 2010

NOVA EDIÇÃO":A BAHIA DE OUTRORA"













Sem acordo entre o governo petista de Wagner e os policiais militares grevista, além das prisões dos principais líderes do movimento, o clima está meio estranho em Salvador, neste nono dia da greve e de medo pela cidade. Depois de uma madrugada tranquila, manifestantes que estavam do lado de fora da Assembleia Legislativa se desentenderam várias vezes com homens do Exército, após eles mudarem a posição das cercas que estavam ao redor do prédio. A todo o momento chegam mais viaturas com policiais militares em serviço para reforçar a segurança no CAB, o que cria animosidade com os familiares e PMs grevistas que ainda permanecem no local.
Já no Sindicato dos Bancários da Bahia, na tarde desta quinta-feira, os grevistas remanescentes estão decidindo os rumos da greve da PM. Segundo fontes, os presentes no sindicato se mostram revoltados com a detenção de quatro dos 12 líderes do movimento que tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Um dos presentes garantiu que a paralisação da PM é quase que total. “Só quem está dizendo que a greve acabou é a mídia”, reclamou um deles. E outros complementam aos gritos: “ÔÔÔ, o Carnaval acabou”.
Pode até parecer que estes policiais mal educados, mal preparados, não estejam reivindicando seus direitos da forma correta, mas eles têm toda razão em agir! Chega de conformismo. Situações extremas exigem medidas extremas. Ao contrário do que muitos comentaristas vêm falando sobre da falta de coragem dos baianos de não terem se rebelado nas ruas contra esse descaso, sei que muitos já estão tão descrentes que jogaram tudo no vento. Mas os artistas baianos, vereadores, jornalistas, professores, todos eles se calaram. Eles sim, formadores de opinião,escondidos nas suas casas feito ratos. E essa polícia merece ganhar mais por quê? Quem que foi violentado na sua dignidade, que teve um bem levado por bandidos de fardas (ou não) foi atendido numa delegacia? Os baianos são covardes? Mande então as mães dos senhores para as ruas sitiadas por bandidos travestidos de polícia! Que Deus nos proteja de todos eles e que esses incompetentes dirigentes preparem melhor os futuros policiais recém saídos da Academia. AMÉM! P.S. Só espero que todas as 147 mortes ocorridas nesse período sejam investigadas! AMÉM de novo!

TRECHOS DE UM ARTIGO DO ESCRITOR E JORNALISTA ELENILSSON NASCIMENTO,COM O QUAL CONCORDO PLENAMENTE.






O CEPA(Circulo de Estudo Pensamento e Ação),entidade com 60 anos de existência, de cuja fonte, já beberam pessoas ilustres como o famoso cineasta Glauber Rocha, o professor Hélio Rocha, o jornalista França Teixeira, o cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, entre outros, abre inscrições para o curso de EXTENSÃO de FILOSOFIA DAS RELIGIÕES, EDUCAÇÃO e CULTURA( regado a voz e violão, recitais poéticos, palestras, enfim cultura), com direito a certificado. O curso com carga horária de 60 horas, começa 03/03/12. Acontecerá todos os sábados, das 14 ás 17h, na sala B3 da Faculdade 2 de Julho, Garcia. Será ministrado pelo jornalista e fundador – presidente do CEPA, professor Germano Machado, pelo professor Robson Santos de Menezes e coordenado pela pedagoga Nildes Trigueiros.
Investimento : R$ 50,00 mensais. Inscrições e informações : Rua Souto Dalva 98, Barbalho. (71) 3242-0502 e (71) 8800-4717.
cepaadmin@gmail.com, trigueiros-vida@bol.com.br www.cepabrasilba.org.br . Vagas limitadas













ATERCEIRA EDIÇÃO   " A BAHIA DE OUTRORA" JÁ ESTÁ NO PRELO.
vEM MAIS BONITA,AMPLIADA E DE EDITORA NOVA.
EM FEVEREIRO ESTARÁ Á DISPOSIÇÃO DOS LEITORES. 
O LIVRO DE AUTOR BAIANO MAIS VENDIDO EM 2010.
1ª E 2ª EDIÇÃO ESGOTADAS!
Vem com textos novos e excelentes recomendações na contra - capa.
O presente da autora para seus leitores continua.
Levando para casa essa nova edição ,o leitor ganhará o E- book "As Filhas do General".
O livro custa $28.00 e poderá ser enviado, gratuitamente,via sedex,para qualquer parte do mundo.
Reside fora de Salvador?
Peça o seu pelo e-mail: miriamdesales@gmail.com
Ou compre nas livrarias credenciadas:
Galeria do Livro ,(Praça Castro Alves,no Espaço Gláuber Rocha)
Livraria do Aeroporto






Copyright, Miriam de Sales Oliveira
Todos os direitos reservados à autora
Editora: Via Litterarum Editora
Revisão: Aurélio Schommer
Projeto Gráfico e capa: Marcel Santos
Fotos de capa: Postais da coleção de José Carlos Daltozo gentilmente cedidos pelo proprietário



PALAVRA DO LEITOR:

05/07/10 10:17 - MARINA GENTILE




Querida Miriam, estou amando seu livro. A propósito, devo crer que

voce tinha muitos perús defronte a janela, espiando, dispostos ao

"gargarejo". Pois não! Quantos bateram em retirada? Parabéns,

parabéns mesmo, que delícia seu livro.
                            ***


Ler seu livro foi uma viagem, daquelas que a gente não esquece jamais. Parabéns.



Pela primeira vez aprendi uma receita com sabor de amor, tentarei fazer um dia.

O jeito que descreveu as receitas foi especial demais, parabéns.



O final dignificando a nossa tão especial mãe preta me deixou emocionada. Minha madrinha era negra, minha mãe de criação idem,portanto tenho muitos motivos para aflorar emoção.



Em seu livro revivi algumas coisas que fizeram parte de meu passado. Por exemplo, em SP saíamos visitando os presépios para verificar qual era o mais elaborado, mais bonito, mais dispondioso também. Eu anotei algumas coisas mas deixei em casa, não me lembro agora (estou no trabalho).

Sinceramente, seu livro me deixou encantada, parabéns.

yaya.curitiba, para mim

 22:21 (11 horas atrás)



Miriam,
Terminei de ler o seu livro. Ele contém referências histórico-culturais importantes e provavelmente fará parte do acervo cultural brasileiro, se é que já não o é. Na época do livro, o país viveu da maneira como você conta. Revejo histórias da minha mãe e do meu pai e dos familiares deles.

É um prazer guardar a memória dos meus antepassados através do seu livro. Parabéns!

Beijos, Yayá.



   EDIÇÃO ESGOTADA !     


OBRIGADA A TODOS OS LEITORES!