quinta-feira, 21 de novembro de 2013

BIENAL DA BAHIA/2013:A BELA FESTA DOS LIVROS

                  O BLOG DE NOVEMBRO/13            




               O QUE ACONTECE EM SALVADOR

               
    

 BIENAL DO LIVRO/13

               ECOS DA BIENAL

O QUE É  ISSO, BIENAL?
As Bienais,como o nome está dizendo, são festas literárias que acontecem de dois em dois anos,nas cidades mais importantes do país,onde se reúne o “povo do livro”: autores,livreiros,editores e distribuidores,exibindo seus trabalhos,divulgando e comercializando livros para um grande público leitor.Governos,fundações,universidades e entidades diversas como o Sesi, Sesc e Senac se unem para   tornar viável esse encontro.
Para atrair este público são criados eventos como apresentação de autores consagrados, debates,recitais e shows musicais , leituras públicas,contação de histórias visando o público infantil,e,muita,muita animação.


A BIENAL DA BAHIA/13
A Bienal deste ano,na Bahia,começou a 8 de Novembro e terminou dia 17,portanto nove dias de festas e atrações;um encontro do público leitor e seus ídolos,uma festa do livro e da leitura ,”livros á mancheias “como queria o poeta,levando o povo a pensar.
Dividida entre expositores e autores,a Bienal trouxe um  público de todas as camadas sociais, ávido por novidades ,que  visitou stands,comprou livros,participou do Café Literário ,do Território Jovem,da Praça da Poesia e Cordel e da Leitura Pública,com entusiasmo e curiosidade.
Ponto para a incansável Fundação Pedro Calmon que conseguiu um espaço para as Editoras Baianas de médio e pequeno porte, adredemente  selecionadas,espaço muito procurado pelo público,que queria se inteirar do que se faz ,na Bahia,em termos de produção literária séria;nesse espaço,aconteceram lançamentos,recitais e apresentação de autores.Tivemos cerca de 300 expositores.
Este ano,havia uma grande praça de alimentação e vários stands de comidas e bebidas espalhados entre  os corredores.
O DIA A DIA DA BIENAL
DIA 8/11
ABERTURA OFICIAL
Autoridades e público prestigiando os escritores Carlos Capinan e Fernando Risério,que mostraram a importância da Bahia no cenário cultural brasileiro.
BAÚ DE HISTÓRIAS
TERRITÓRIO JOVEM
Borralheiros e Borralheiras,com Fabrício Carpinejar,mediado por Suzana Vargas que fez um excelente trabalho  de curadoria durante todo o evento.
PRAÇA DA POESIA E CORDEL
Mil e um poemas em 10 noites de poesia,vários poetas se apresentaram capitaneados pelo Poeta Maior,José Inácio Vieira de Melo.
Entre as livrarias presentes houve muita seção de lançamentos de livros e palestras diversas.
DIA 9/11
BAÚ DE HISTÓRIAS
CAFÉ LITERÁRIO(tarde)
“Escrever para mudar o mundo”,com os autores Isadora Faber e Otávio Jr.Jovens da periferia  tentando mudar o mundo e suas vidas.
TERRITÓRIO JOVEM
“As saídas do armário”:a nova moral social e familiar.Bruno Bimbi,mediado por Marcos Vinicius Rodrigues.
CAFÉ LITERÁRIO
“Os anos de Vinicius de Moraes na Bahia”.Com Gessy Gesse e  Miguel Jost,mediados por João Paulo Cuenca.
PRAÇA DA POESIA E CORDEL
Durante todo dia e toda noite a poesia rola solta neste espaço tão concorrido.
Apresentação de poetas locais.
TERRITÓRIO JOVEM
BULLYING...
Maria Teresa Maldonado e Feizi Milani,mediados por Renata Rocha ,trataram deste assunto tão falado e tão sofrido pelos jovens nos dias de hoje.
CAFÉ LITERÁRIO
“Literatura Fantástica Brasileira”.Mediados por  Miguel Jost,dois jovens discutiram esse tema tão atual:André Vianco e Antônio Xerxenesky.
Todos os dias lançamentos de livros e palestras nos espaços dos livreiros e editores.
DIA 10/11
O dia sempre começa com o Baú de Histórias para alegria da criançada.
TERRITÓRIO JOVEM
“O Apocalipse existe?Existirá?Mediado pela Suzana Vargas ,o escritor Eduardo Sporh,debateu o  tema que assusta muita gente.
Jornalismo:Que profissão é essa?Cora Rónai e o excelente Jefferson Beltrão tentaram explicar essa profissão tão controversa. Mediados por Vítor Mascarenhas.
CAFÉ LITERÁRIO
Cartum e Grafite Brasileiros
Os interessados no tema  tiveram a oportunidade de ouvirem sobre ele ,nas palavras de André Dahmer e Tomaz Viana.Com mediação de Miguel Jost.
Viajar é preciso.
Que tema delicioso debatido por jovens viajantes e mediado por  Vitor Mascarenhas.

PRAÇA DA POESIA E CORDEL
Muitos poetas locais trazidos e escolhidos por José Inácio.
CAFÉ LITERÁRIO
SER BIÓGRAFO NO BRASIL ,HOJE. Uma questão muito polêmica tratada por Josélia Aguiar e Mário Magalhães,mediados por Miguel Jost.
DIA 11/11
Todos os dias,muita alegria e poesia.Baú de Histórias e Sarau de Poesia e Cordel.E lançamentos de livros e palestras nas editoras,entidades de classe  e livrarias.
CAFÉ LITERÁRIO
AS FRONTEIRAS DA LINGUAGEM
Dois jovens autores,João Filho e Paulo Scott, debatem a identidade nacional,o modo de falar moderno e peculiar a cada região.
Dia 12/11
TERRITÓRIO JOVEM
Dia sagrado :Mãe Stella de Oxóssi,nossa mais nova acadêmica discorre com sabedoria e paciência sobre os Orixás.Presente,Nelson Macca e tendo por mediadora Adelice Souza.
CAFÉ LITERÁRIO
Afrodescendência e cultrura brasileira
Haroldo Costa e Ana Maria Gonçalves debateram sobre o tema tão presente na realidade baiana,mediados por Josélia Aguiar.

DIA 13/11
Território Jovem:
A Copa É Nossa?
Juca Kfouri e Darino Sena discutiram futebol ,mediados por Gustavo Castelluci.


O QUE É A FÉ,AFINAL?
Dia glorioso.Frei Beto, tão bom como sempre, lotou plateia e discorreu muito bem sobre a religião,a vida,os costumes...
Ponto para a curadora Suzana Vargas e para a Bienal.



CAFÉ LITERÁRIO
A LITERATURA NA PERIFERIA.
Mediados por Josélia Aguiar,Nelson Macca e Élcio Sales discutiram o assunto.
DIA 14/11
TERRITÓRIO JOVEM
DROGAS:AS VOLTAS DO CAMINHO
Para mim,um caminho sem volta,mas,valeu o debate entre João Estrella e Márcio Mello,mediados por Josélia Aguiar.
CAFÉ LITERÁRIO
O PASSADO ,HOJE
Mary Del Priore e Zuenir Ventura,ainda tendo como mediadora Josélia Aguiar,falaram das transformações sociais.

DIA 15/11
CAFÉ LITERÁRIO:MEMORIALISMO E A LITERATURA DA AMÉRICA LATINA
Guadalupe Nettel e Joca Terron,mediados por Paulo Werneck.


TERRITÓRIO JOVEM:
O AMOR NA INTERNET
Márcia Tiburi e José Inácio Vieira de Melo deram muito bem seu recado. Aline Castelo Branco,mediou.

CAFÉ LITERÁRIO
BRASIL 2013:MÍDIA NINJA E ATIVISMO ONLINE
Bruno Torturra e Rafucko ,mediados por Paulo Werneck,mostraram vídeos.

DIA 16/11
TERRITÓRIO JOVEM
VAMPIROS,FANTASMAS ETC,ETC...
Carolina Munhoz e Raphael Draccon,falaram de temas sobrenaturais,mediados por Renata Rocha.
CAFÉ LITERÁRIO
3 POETAS DA BAHIA
RUY ESPINHEIRA FILHO,ROBERVAL PEREYR E JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO,ainda o Paulo Werneck na mediação,falaram sobre a poesia baiana.

TERRITÓRIO JOVEM
TRAIÇÃO ENTRE AMIGAS
Thalita Rebouças ,mediada por Suzana Vargas trouxe muitos jovens ao auditório Ubiratan Castro.


CAFÉ LITERÁRIO
O ROMANCE INVENTANDO O BRASIL
O grande mestre Antonio Torres  com Rodrigo Lacerda e mediado pelo Paulo Werneck,deu um show de cultura e sabedoria,com muita simplicidade e usando o   carisma que Deus lhe deu.
DIA 17/11


TERRITÓRIO JOVEM
PROFISSÃO:AUTOR
NÁDIA SÃO PAULO E PATRICIA BARBOSA,mediadas por SUZANA VARGAS,falaram sobre a profissão de escritor.
ENCERRAMENTO DE GALA
O escritor João Ubaldo ribeiro encheu o Auditório Ubiratan Castro,falando para sua gente e seu público fiel.Encantador,como sempre!Lúcido,como nunca.


BEM,ACABOU.ATÉ 2015!




 UM BALANÇO SOBRE A BIENAL DA BAHIA/13
De um modo geral a Bienal ficou bem na foto.Houve mais organização,a mudança na direção da Fagga ,foi benéfica,funcionários mais competentes e cordiais,atendendo muito bem ao público e aos expositores.Devo acrescentar que esta é a minha visão da Bienal e como me senti como participante,meu debut como editora.
Escrevo o que percebi e não tenho procuração para falar sobre o que os outros pensaram.
O público presente poderia ter sido bem maior se houvesse um transporte direcionado para o evento,sendo este um dos pontos negativos da festa que falarei mais adiante.
O espaço destinado ás editoras baianas foi muito bom,com stands mais amplos e melhor arrumados que há dois anos atrás.A  seleção das Editoras,também,escolhidas,apenas,as sérias que fazem um excelente trabalho editorial em prol da nossa cultura.Todas criaram eventos,lançamentos e se esmeraram na apresentação dos seus locais.
Pena que a grande mídia nos ignorasse,passasse sempre pelo nosso corredor,de olhos duros para a frente e,nem sequer,focando no grande painel “ Editoras Baianas”,postado na entrada e feito com tanto carinho pela Fundação Pedro Calmon,entidade que nos deu um perfeito “supporting cast”.
As Editoras Pinaúna, Mondrongo,Cogito,Pimenta Malagueta,Vento Leste, Caramurê  foram muito visitadas e aplaudidas.

Lançamento do livro de Carla Elísio na Bienal da Bahia/13
Ed.Pimenta Malagueta

A criação de um espaço para a recém criada UBESC,foi um point da Pedro Calmon,no intuito de abrir espaço para escritores independentes.Mas, a meu ver,não deveria ter ficado no exíguo espaço das Editoras e,sim,num espaço maior,junto ás entidades – pois,eles são uma entidade – como o Sesc e Senac.Um espaço maior e melhor localizado.
Desta vez ,tivemos uma grande Praça de Alimentação,sempre com muita gente faminta ,devorando refeições  e sanduiches,entre uma visita e outra aos stands.Além de pontos de comida espalhados por todos os locais.Mas,deveria haver mais bebedouros,evitando os gastos exorbitantes na compra de água mineral,uma escorcha de quase ou mais de $2,a depender do local.
O aluguel de carrinhos para a criançada agradou a gregos e troianos.Pais despreocupados empurravam seus filhos enquanto passeavam por toda a feira.

Antonio Torres autografando para Marina Gentile

A visita das escolas foi bem mais organizada do que em anos anteriores,com uma entrada/ saída própria,muitos vale – livros distribuídos e usados para compra de livros,o que foi muito bom.
A visita do público ao Território Jovem,inclusive visitantes nem tão jovens assim,foi muito concorrida;mais que o Café Literário,talvez por falta de atrações interessantes.Alguns autores falavam para uma sala semi – vazia,horrível! Bombou nos dias de João Ubaldo e Antonio Torres,autores consagrados,donos de um público fiel e ambos excelente comunicadores.A presença da Thalita Rebouças,no Território Jovem ,gerou um tumulto entre centenas de jovens que queriam assisti-la;e,situações muito engraçadas que depois eu conto.
                                    Antonio Torres

Quero abrir um espaço especial para louvar o magnífico trabalho de José Inácio Vieira de Melo,que trouxe  muitos poetas para o espaço de poesia e cordel,espaço sempre cheio ,diga-se de passagem.Inácio sabe animar como ninguém e faz um trabalho muito bom em Maracás,interior da Bahia e nas muitas festas literárias onde comparece como convidado e nos encontramos nesse mundão de Deus.
Outro abraço e louvação especial a Suzana Vargas,curadora do Território Jovem,que conseguiu lotar o espaço,devido ao modo como distribuiu os temas.No Amapá,onde a conheci e estivemos juntas,ela me falou da sua ideia de diversificar os temas,falando não apenas de literatura,mas ,de assuntos atuais:bullying,drogas,casamento gay,preconceito,literatura fantástica,diversidade religiosa,internet,futebol etc.Deu tudo muito certo,querida Suzana,parabéns!

Miriam de Sales autografando no stand da Bienal.Todos os livros vendidos.


Atenção especial para o público que prestigiou com a sua presença esta que foi a maior festa da Literatura baiana.



BIENAL DA BAHIA/2013
SUGESTÕES PARA 2014
              Editora Caramurê,uma das participantes.

HORÁRIOS:
*Esta deve ter sido minha 10ª Bienal; primeiro como leitora,depois como autora e agora como editora/autora.
Percebi que as Bienais ficam num marasmo   durante as manhãs.O tempo é curto,vivemos numa cidade de praia e de transporte difícil.Porque não começarmos ás 14hs e irmos até ás 22hs?
Entre as 16 e 18 hs é que se fazem lançamentos,os escritores mais badalados se apresentam e o público chega em massa.E,não fica tão cansativo.


*Temos saraus,apresentações poéticas,leituras públicas,contação de histórias e cordéis.Um teatro seria bem vindo,vocês não acham?Monólogos curtos, sketchs,textos de humor.E,dança,muita dança.

*Tanto as empresas ou pessoas que compraram stands ou empresas que ganharam um,deveriam ter um serviço de limpeza,retirada de lixo etc
Nós,na Pimenta demos uns trocados ás moças da limpeza para “ajeitarem “o nosso.A única vassoura que já peguei na minha vida foi a minha ,de bruxa.

*Falou-se muito num cartel de preços na praça da alimentação;tudo muito caro e sem muitas opções.Água mineral,caríssima.Porque não, muitos bebedouros espalhados pelo local?!


*A Fagga recebe um apoio financeiro bem gordinho do Governo do Estado,subvenções e que tais.Para mim,não deveria ser cobrado ingresso;mesmo $4 é caro ,para quem vem com família.

*A distribuição dos vale-livros foi caótica. Porém, pior e anti –ético foi gente que nunca escreveu ou publicou um livro,receber crachá de escritor.Dado por quem? Bom investigar!
*O transporte foi muito mal.Pessoas chegaram a levar até duas horas do Iguatemi até o Centro de Convenções.
A Prefeitura e o Estado deveriam colocar ônibus gratuitos nas principais estações de transbordo,diretos para a Bienal.
Em São Paulo ficamos hospedados no Hollyday Inn e lembro que o metrô parava quase dentro do Parque Anhembi.Ônibus por toda parte vindo dos bairros mais distantes.
              Editora Cogito,brilhou na Bienal

*No corredor de Editoras baianas,que adorei estar,muita barulheira vinda de todos os lados.Música,poetas aos berros,impossível comercializar livros deste jeito.Nós,os editores,reclamamos.
E,caros escritores,para que ficar vendendo livros pelos corredores?Vi muita gente dando voltas e dizendo:-Ih,olha ele (ela)ali...
Nada de coagir ou espantar possíveis leitores. Livro não é batata –doce nem Bienal é feira.

                      FOTOS DO EVENTO

 IVAN DE ALMEIDA (COGITO) E MIRIAM DE SALES(PIMENTA MALAGUETA)



O AMIGO HERMES







A AMIGA MARINA GENTILE



VALDECK DE JESUS,DISTRIBUIU GRATUITAMENTE O LIVRO "ABRE A BOCA,CALABAR",NO STAND DA EDITORA PIMENTA MALAGUETA


OS ESCRITORES JORGE FLOQUET E JOÃO WANDERLEY

MARINA GENTILE E A POETISA MALÚ FERREIRA



AS ESCRITORAS NÁDIA SÃO PAULO,MIRIAM SALES,PATRICIA BARBOSA E SUZANA VARGAS

                    JORNALISTA CARLOS SOUZA


 JORNALISTA JOSÉ AMARO ,DO SALVADOR ACONTECE


O LIVRO DE PAOLA RHODEN ESGOTADO NA BIENAL


 A MENINA QUE VEIO DO NORTE.ALINE SALVATORE,EM SALVADOR.




O LIVRO DIGITAL DE LYA FERRAZ,LANÇADO NA BIENAL



A BAHIA DE OUTRORA DIGITAL ,MUITO BEM VENDIDO DURANTE TODOS OS DIAS DE BIENAL.Ao todo,100 livros vendidos durante a Bienal.








                                SALVADOR,ACONTECE



HOJE,ÁS 19 HS O INSTITUTO FEMININO DA BAHIA,FUNDADO POR D. HENRIQUETA CATHARINO,COMPLETA 50 ANOS .COMEMORA-SE ,TAMBÉM,OS 50 ANOS DE CRIAÇÃO DO "HINO AO SENHOR DO BONFIM",DO PRÍNCIPE DOS POETAS BAIANOS,
ARTHUR DE SALLES.






                  D. HENRIQUETA CATHARINO



Nascida de uma família abastada da sociedade baiana, Henriqueta Catharino, foi educada em casa , nos moldes da tradição francesa, onde recebia aulas de conhecimentos gerais, princípios morais, línguas, música, pintura; e para aprofundar os conhecimentos adquiridos, viajava regularmente à Europa.
Foram essas sucessivas viagens aliadas à sua formação religiosa que fizeram desenvolver bem cedo em D. Henriqueta o seu desejo em ajudar o desenvolvimento da mulher, calcado num feminismo cristão de amor ao próximo.
Não bem tinha completado 30 anos, ainda na primeira década deste século, fundou a P.B.L. Programa da Boa Leitura, espécie de biblioteca para empréstimo de livros; bem como as “Tardes de Costura”, destinadas a confecção de roupas para pessoas carentes. Destas duas experiências, nasceria o Instituto Feminino da Bahia.
Discreta, procurava ajudar a todos de maneira sigilosa, fazia parte de seu modo de ser “fazer o milagre sem dizer o santo”. Assim, as atividades nesse sentido multiplicavam-se rapidamente, quer através da Beneficência Santa Úrsula, Betânia, Casa de Férias e Repouso Santa Terezinha, ou cedendo o espaço da instituição para chás beneficentes, e colocando recursos próprios à disposição da Igreja e dos pobres.

Em 1937 iniciou-se a construção da sede definitiva do Instituto Feminino da Bahia no bairro do Politeama. Tal empresa só foi possível pois, acreditando no sonho da filha Henriqueta, seu pai, o Comendador Bernardo Martins Catharino, grande empreendedor da indústria têxtil da Bahia do início do século, antecipou em vida a parte que lhe caberia na herança.
Aos poucos consubstanciava-se o seu ideal cristão de amor ao próximo e seu ideal educacional, trabalhando sem cessar na formação intelectual e moral da mulher, empenhando-se na orientação do pensamento e na condução das ações. E com o passar do tempo a importância da obra de Henriqueta Catharino na sociedade solidifica-se cada vez mais. Em 1947, após uma visita à Bahia, a escritora Olga Obry registrou no jornal “A Gazeta” de São Paulo:
“(...) existe num edifício moderno destinado principalmente a fins educativos, com salas amplas e arejadas, o museu mais rico de artes femininas de caráter tipicamente local que se possa encontrar pelo mundo afora: a coleção do Instituto Feminino da Bahia.”
Assim como, em 1951, o Estado da Bahia publica as palavras do escritor Érico Veríssimo, que havia visitado demoradamente o Instituto Feminino:
“– Não conheço coisa igual em todos os colégios do Brasil por onde já andei e visitei. E não sei se vi pelo menos igual nos Estados Unidos. Se a iniciativa privada na Bahia faz obras dessa natureza com freqüência, a Bahia pode se considerar a Terra da Promissão.”
Mulher extraordinária, religiosa e culta Henriqueta foi também desprendida dos bens materiais e por esta razão a Bahia possui , e disto se orgulha , uma obra sócio cultural da importância do Instituto Feminino, abrigando os Museus Henriqueta Catharino e do Traje e do Têxtil.