terça-feira, 22 de março de 2016

TISUNAMI NA BAHIA



                                                                      A BAHIA DE OUTRORA

                                                O BLOG DE MARÇO/16


                                                           VOCÊ SABIA? TSUNAMI NA  BAHIA
                                                                                         NÃO SAIA CORRENDO


                                                                                              FOI NOS IDOS DE 1800

Cito o relato  de um descendente de um senhor de engenho sobre uma onda gigante ,um maremoto ou tsunami na Bahia  em Abril  de 1831,um fato pouco comentado e desconhecido por muitos baianos.O terror alcançou a Capital e boa parte do recôncavo, levando  tudo,varrendo tudo,destruindo engenhos poderosos,casas,fazendas e plantações,e,conta-se que até a Igreja da Boa Viagem não escapou da fúria sendo totalmente  levada pelas águas e depois reconstruída um    pouco mais acima,onde se encontra até hoje.
A noite foi serena  –conta-me o  rapaz - mas, seu antepassado passou uma noite inquieta,mal dormido,como se pressentisse alguma coisa.De madrugada houve um leve tremor, mas,nada de assustar.As cortinas da alcova balançaram ,os cavalos de raça relincharam,os cães latiram e os bois pareciam muito inquietos.
Então,de longe se ouviu um grande barulho seguidos de galopes desesperados,gritos dantescos  e baque de corpos pesados e estrondos aterradores   no meio de um intenso clamor.
Pulando da cama o Senhor do Engenho viu do janelão do seu quarto cenas apocalípticas.No pátio inundado  flutuavam cascos de barcos partidos ao meio,mastros quebrados,velas rotas,pedras,telhas e no meio de tudo isto um escravo com água até o peito gritava desesperadamente por socorro.
Percebeu edifícios desmoronados ,fornalhas destruídas e a enfermaria  e o estaleiro desaparecidos como se fosse mágica de uma bruxa má.
Ruiu uma senzala,mas,as outras,resistiram.
Pessoas olhavam estupidificadas e sem voz o tamanho da tragédia.O dono deu um passo para sair,mas,houve um violento refluxo que quase o levou.Assustado,voltou para o quarto.
A onda,desembestada se dirigia para a Ilha de Maré,levantando gêiseres com a areia,levando tudo o que seu  achasse no seu caminho.
Ao criar coragem para sair o dono chorou ao ver a devastação.Nada – ou quase nada –restava do poderoso engenho.Até as fundações das casas foram levadas para o mar.
Chegou até lá notícias da Capital.Uma grande onda destruiu a partir do Forte de Santo Antonio da Barra em direção á Ilha de Itaparica,logo depois que um tremor de terra se fez ouvir.A igrejinha do Monte Serrat construída por uma  descendente de Garcia D’Ávila foi poupada,mas, a de São Tomé de Paripe foi danificada.
Os prejuízos materiais foram intensos e muitos dos engenhos nunca mais se recuperaram.A conta fechou em centenas de mortos e milhares de cadáveres de animais.

Um dia de terror desconhecido por muita gente boa.





                          A FUNDAÇÃO DA       CIDADE DO SALVADOR
                                              29 DE MARÇO DE 1549*
                                  SALVADOR,477 ANOS DE PURA MAGIA
Para a fundação da cidade do Salvador ,em 1549,D. João III armou uma expedição muito especial.Estava  tudo preparado para a criação de um Governo Geral no Brasil.E,Salvador foi a cidade escolhida.
Esta árdua tarefa foi entregue a um cavalheiro de nobre estirpe,embora um bastardo,muito protegido pelos palacianos e estimado por seu valor e prudência.Assim,escolhido e nomeado foi Tomé de Souza contratado por um salário de 400$000.Nada mal para  o capitão – mor que comandava seis navios e uma enorme máquina administrativa;um provedor – mor para os negócios da fazenda, um ouvidor -mor para as coisas da justiça,um capitão – mor da costa para as guerras no mar,um físico – mor para tratar da saúde e mais uma malta de oficiais subalternos ,muitos aventureiros sem saber bem o que vinham fazer se é que pretendiam fazer alguma coisa.Resumo da conta:400 soldados,600 degredados e 320 oficiais  mecânicos  e administrativos.



Começava-se ai a distribuição de empregos entre os apaniguados que perdura até hoje nas terras de Santa Cruz.Nascia a burocracia brasileira.
Mas,toda essa gente guerreira e fogosa no meio do nada e com tantas índias bonitinhas  com suas vergonhas á mostra  havia que se cuidar das almas desta gente  e ,para isso,vieram os jesuítas – quatro padres e dois irmãos –O honrado Manoel da Nóbrega,o jovem Aspilcueta Navarro,Leonardo Nunes,Antonio Pires ,todos ostentando bons nomes portugueses e mais os irmãos Diogo Jácome e Vicente Rodrigues.
No meio de toda esta gente,mas,sem ser citado ,veio um garoto,pequeno,quase anão,cavalariço na casa de Tomé de Souza e tratado como um filho pela mulher dele ,por sua fidelidade e dedicação á família.O anão sem  nome chamava-se Garcia D’Ávila e seu nome passou a ser uma referência na história do Nordeste.Muitos apostam que ele era filho de Tomé de Souza,mas,nunca se revelou assim para não perder as sesmarias ,pois ,era vedado ao governador distribuir terras aos seus descendentes.

A expedição saiu dia 1º de fevereiro e aqui chegou a  29 de março.O governador tinha suas ordens e haveria de cumpri-las á risca.Os selvagens tinham que ser bem tratados,era proibido escravizá-los,punindo de morte os colonos que assim procedessem.Como deveriam ser distribuídas as sesmarias  , (lotes de terra incultas ou abandonadas ,cedidas aos colonos que queriam lavrar) a fortificação dos engenhos e a promoção de feiras  de tempos em tempos.

Mal chegaram começaram  a trabalhar com determinação  ,escolheram o local entre a península de Itapagipe e a Vila Velha,  para fundar a cidade. O Governador apaixonou-se por Itapagipe  ,principalmente a Ribeira ,mas,o arquiteto Luis Dias vetou o local,muito  inseguro ,vul. Optou-se,então pela parte alta da cidade onde se descortinava todo o horizonte e se estaria a salvo de ataques e destruições.
.Construíram uma cerca  de  mato que se estendia da igreja da Ajuda até a vala em frente ao Terreiro. Para descer á Praia,parte baixa da cidade foram abertas duas ladeiras na encosta da cidade:Pau da Bandeira e Misericórdia.

Em pouco tempo já havia mais de cem casas.A sesmaria que mais crescia era a de Garcia D’Ávila,que ficou dono de quase toda a Bahia,de Salvador ao Maranhão. Seus descendentes eram donos dos maiores engenhos do Recôncavo.

DESCENDENTES DE GARCIA D'ÁVILA  QUE   PERTENCIAM Á NOBREZA COLONIAL BAIANA

Com os seus recursos exauridos após a Guerra e a extinção dos morgadios no Brasil a partir de 1835, a Casa da Torre foi progressivamente abandonada, transformando-se em ruínas.

fRANCISCO ELESBÃO PIRES DE CARVALHO E ALBUQUERQUE


O castelo de garcia D'Ávila ,hoje restaurado e aberto á visitação pública

*DATA FICTÍCIA.Como não se sabe a data exata optou-se pela data da chegada do 1º governador.


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                                                                                        ATÉ ABRIL!