sexta-feira, 29 de abril de 2011

BAHIA DE TODOS OS ESTILOS

                         Associação comercial

Por seu passado glorioso de primeira capital do Brasil, Salvador, possui ricos monumentos e alfaias, jóias e obras sacras de fazer inveja.

Monumento ao dois de julho
Vista interna do Palácio da Aclamação

Artistas estrangeiros e nacionais deixaram seus nomes imortalizados em monumentos memoráveis como o que homenageia os heróis do  2 de julho,sito no largo do Campo Grande, a coluna  em homenagem ao Riachuelo,em frente à associação comercial,na cidade baixa, o  obelisco ,  comemorativo da chegada da família real em terras brasileiras situado em frente ao palácio da aclamação, entre outros.
Monumento à Castro Alves

Bustos e estátuas também são freqüentes nas ruas da cidade.
A estátua de castro Alves, na praça do mesmo nome na cidade alta representa uma lembrança da cidade  aos velhos bons tempos em que o povo na praça ouvia os belos versos do poeta, pois,” a praça é do povo como o céu é do condor”.
Velhas fortalezas e fortins dão um toque especial à cidade.
Forte do monte serrat

Destaque para o Forte de Santo Antonio da Barra,cujo lindo pôr do sol faz o encanto dos turistas, bem com o o Forte do MontE  Serrat, linhas na  cidade baixa.
Gabinete  Português de Leitura
Velhos  edifícios coloniais ,com suas belas  linhas arquitetônicas,como o prédio da associação comercial em estilo vitoriano inglês, o único nesse estilo na América do sul; o gabinete português de leitura, em estilo manuelino, enfeitando a praça da piedade, a casa dos sete candeeiros, o paço do Saldanha, o solar marback, ao pé da ladeira do bonfim, onde eram as festas da minha adolescência , o solar berquó e o museu Rodin, na graça.

Palácio rio branco
Como  não podia deixar de ser,destaque para os palácios rio branco e aclamação, este último dando para o passeio público,um dos mais belos jardins da cidade, ainda do tempo de d. João vi.
Fazer um passeio socrático por Salvador colonial, admirando os monumentos , prédios e estátuas, é uma bela e instrutiva maneira de passar o tempo, reverenciando o passado.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

SEMANA SANTA!



Ôba,feriadão!
Ilha,  viagens, passeios,reunião de família,votos de boa Páscoa.Principalmente, feriado.Folga do chefe, dos problemas, das contas a pagar, da rotina...
Engarrafamento nas estradas, filas quilométricas para apanhar a balsa e atravessar para as ilhas paradisíacas, ora, tiramos de letra.
Tudo vale a pena se a alma não é pequena,já dizia o poeta, aquele que vale por dez, graças aos seus inúmeros heterônimos.
Para os que cá  ficam, como dizia minha vó, restam os shoppings com seus cinemas e fast- foods.
Rezar, poucos rezam, freqüentar igrejas coisa para poucos que ainda persistem na fé de seus ancestrais.
Mas, os bares e restaurantes ficam cheios, pois, se no carnaval reina soberano o pecado da luxúria, na Semana Santa prevalece o da gula, tão ao gosto dos religiosos.
Lembra-se como se falava antigamente:
-Como se come bem nos conventos!
A Paixão de Cristo na casa da minha avó era celebrada (celebrada?) com mesa farta, muito vinho, muita comida baiana e as sobremesas subversivas que derrubavam qualquer regime.
Havia também os ovos de Páscoa, chocolates recheados com trufas, doces de leite, cremes deliciosos, quem ia se lembrar do Crucificado, coitadinho, lutando para tirar os pecados dos homens há  dois mil anos  e sem nenhum sucesso. Temo que qualquer dia desses, desista.
A gente chega na Igreja e se depara com uma cruz vazia.O crucificado, foi-se!
Meu marido e eu vamos almoçar fora ou fazemos em casa um bacalhau à portuguesa de dar água na boca.
A melhor posta, quase três dedos ou mais de espessura, branco, tratado, quase sem sal.
Fervido rapidamente para não desmanchar,  escorrido e, ainda quente, recoberto do melhor e mais puro azeite encontrado no mercado.Ah,aquela cor dourada,aquele cheiro! Inesquecível.
As batatas já cozidas e descascadas esperam numa bandeja grande, juntamente com os brócolis,couve flor e cenoura, previamente cozidos no vapor.Ovos cozidos não podem faltar.
Arruma-se o bacalhau na bandeja, enfeita-se com uma flor de tomate, tiras bem finas de pimentão verde,amarelo, vermelho, cor, muita cor, as azeitonas verdes e negras,as cebolas aferventadas,o ramo de coentro para dar o toque, e o vinho, tinto, cor de sangue, quente, delicioso, encorpado.
Simples assim...
Mas, não na casa da minha avó.
Impossível pensar num prato só.Era uma orgia de coisas, um derramamento de pratos diversos de todas as cores e sabores.Peixada olorosa, vatapá dourado, caruru ,efó, frigideira de camarão, abará, acarajé, pirão,  moqueca de marisco,feijão fradinho,bolinhos de bacalhau,empadinhas para degustar enquanto se esperava o banquete, posto numa mesa enorme coberta com uma toalha branca de crivo e rosas no vaso de cristal.
Saía a prataria e os pratos de “ver deus”, as crianças avisadas para ter modos e não  sujar a toalha ou derramar comida no colo.
Minha  avó , sentada á cabeceira, puxava a oração de agradecimento.Aproveitava para pedir perdão pelos agravos.Eu não me lembrava de nenhum , a não ser me proibir a praia desacompanhada de um adulto ou me negar o leite condensado no café quando eu aprontava todas.
Terminadas as orações caía-se de boca nas comidas. O vinho circulava soberano, mas,havia refrigerantes para as crianças,inclusive o falecido Crush e o guaraná Fratelli Vita.
Depois, vinham as sobremesas.
Para mim um milagre do Crucificado que ainda existisse lugar naquelas barrigas depois desta comilança indecente.
Mas, vieram os papos de anjo, os pudins, as cocadas, as compotas,o bolo recheado de geléia de ameixa e coberto de chocolate.
A receita de glacê da minha mãe!
Até hoje a primeira coisa que me faz retornar à infância.  Meus filhos ainda saborearam e meus netos também,  pois, continuo fazendo; tão simples e fácil até para mim que não sou nenhuma  brastemp , na cozinha.
Apenas três  colheres de chocolate –eu prefiro o Nescau – quatro colheres de açúcar, uma colher de manteiga . Mistura-se tudo e leva-se ao fogo baixo.
Ao  levantar fervura espera-se um minuto cronometrado , tira-se do fogo e bate-se  bastante com uma colher de pau.
Em seguida, joga-se sobre o bolo.
Chama-se glacê de minuto e é deliciosa.
Minha avó respeitava demais a Semana Santa. Desde a quinta feira não se ouvia música popular, não se podia dizer palavrão, brincar de cóboi, pois, irmãos e primos que brigassem certamente virariam lobisomem,e os casais não podiam se amar.
Até  as prostitutas” fechavam o balaio”, como depois vim a saber.
O mundo mergulhava numa tristeza pesada, lúgubre, insana.
Nas igrejas, as imagens cobertas de roxo, exposto o Senhor  Morto,que enchia de  pavor as crianças.
Não só o Senhor tinha morrido, morria a alegria, o amor, a música, a dança, a paixão entre os seres humanos.
Às desoras de sábado rompia a Aleluia.O bimbalhar dos sinos, o barulho das crianças batendo pandeiros e tambores e cantando :
-Aleluia,aleluia
Água no pote
Farinha na cuia...
Ah, e tinha a queima do judas...
 Reinava , novamente, a suprema felicidade.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

BAHIA DE TODOS OS SANTOS...E DE TODOS OS PECADORES!

                             Marina de Itaparica

Você já foi à Bahia, nêga!?
Não? Então vá!...
Deus não economizou ao criar a Bahia de Todos os Santos.
Os portugueses acharam que era muita beleza para um santo só por isso  entregou-a a todos.
Numerosas ilhas,praias paradisíacas,coqueirais majestosos,um mar verde – esmeralda,onde seria doce até  nele morrer como cantaria mais tarde o poeta,uma brisa fresca e olorosa,quem precisa de mais!?
Das ilhas,a mais badalada é Itaparica, (do tupi,cerca de pedras)uma estância hidromineral muito famosa onde nasceu o escritor João Ubaldo.Divide-se em dois municípios:Vera Cruz e Itaparica.
“Ò água fina

Estância hidromineral de Itaparica
faz veia virá minina”...
é o que se dizia destas águas abençoadas.


São casas simples com cadeiras nas calçadas...
Veraneei anos em Itaparica,bebi e me banhei nas suas águas,passeei nas suas ruas históricas,pois,de lá,lutou-se muito e com muita garra na época da Independência da Bahia.
Itaparica divide-se em muitas localidades cada uma com suas características próprias e suas praias espetaculares:Manguinhos e suas mangueiras seculares,Aratú,Barra Grande,onde fica o Club Med,Porto Santo, Ponta de Areia,Gameleira,Cacha - Prego, Mar Grande e suas residências de elite,enfim,muitos locais para se escolher passar um verão feliz,com mergulhos,cavalgadas,festas,passeios e uma excelente comida.

Ferry-boat

Itaparica é a maior ,mas,não é a única.Temos a Ilha de Maré,Maria Guarda,Matarandiba,ilha dos Frades,Madre – de- Deus,a escolha é grande.
Passear de escuna ou saveiro bordejando essas ilhas,num dia de mar calmo,degustando lambretas regadas à caipirinha ou água de coco é um programa imperdível.
Visitar a Ponta de Nossa Senhora,Paramana,o Loreto,com sua igrejinha centenária  e suas águas calmas é o máximo.

Ponta de Nossa Senhora

Quem quiser experimentar,verá.
No dia 1º de Janeiro de cada ano faz-se a procissão marítima em homenagem ao Senhor Bom Jesus dos Navegantes e a Nossa Senhora da Boa Viagem.
O mar cobre-se de velas brancas,embarcações as mais diversas,iates luxuosos,cutters,saveiros,canoas,barquinhos e barcões, escunas e navios , todos bem ajaezados ,cobertos de balões ou bandeirolas coloridos,cheios de gente alegre e barulhenta.
A procissão sai da Igreja da Conceição da Praia,uma das mais antigas do Brasil e vem em direção da Igreja da Boa Viagem,que data dos setecentos.
As imagens, veneradas pelo povo,chegam na Galeota “Gratidão do Povo” e são recebidas por uma multidão devota e contrita.
Quem puder e quiser,aceite meu convite;passe aqui no próximo Janeiro e aproveitando o embalo fique até o Carnaval.

Quer passar bem
sem gastar muito dinheiro?
Vem prá Salvador
no mês de Janeiro.


sexta-feira, 8 de abril de 2011

TARDES ACADÊMICAS



Coordenador Jaime Nascimento e o Prof.Leonardo Mendes que falou   sobre Nelson Maleiro

           III curso Manoel Quirino
           Personalidades Negras
“Talvez você viva até os cem anos e nunca ouça minha voz...”
                              Frank Sinatra
Freqüentar a Academia de Letras da Bahia já é um presente para quem aprecia a Cultura e o bom gosto.
Situada no antigo solar Goés Calmon,rodeada de belos jardins,bustos e estátuas,o vetusto solar, casa da Palavra,  por si só já é um lugar   onde o amante das letras sente-se em casa.
Durante três tardes podemos conhecer mais um pouco dessa Bahia que, muitas vezes se encontra envolta num véu de mistério ou no limbo do esquecimento.
Trazer para a vida personagens como Nelson Maleiro, Mestre Pastinha e Cruz e Souza, foi um benefício prestado por este curso a todos os baianos ciosos do seu passado glorioso nas letras e nas artes e na compreensão do seu passado histórico e cultural.
A platéia composta de estudantes de faculdades, principalmente alunos de Letras e História,professores e intelectuais,além de um público visitante fiel e atento,deslumbrou-se com  o desfile de personagens que ficaram para trás apesar da sua importância histórica e cultural e da influência que exerceram na Bahia do século XIII e XIX, tais como Nelson Maleiro,Tranquilino Bastos, tão bem retratado pelo cachoeirense  Jorge Ramos,  e Felisberto Sowzer,entre outros.
Curiosidades pouco conhecidas do grande  público , como o Montepio dos Artistas, nos foram mostradas com  maestria pela Profª Drª Maria da Conceição da Costa e Silva,que há anos pesquisa o assunto e  os primórdios do candomblé,sua origem e seus criadores como Iya Nassô e Bambuchê,muito bem retratada pela Profª Dra. Elisa Earl Castillo, uma americana persistente  no seu propósito de trazer à luz esse conhecimento pouco estudado neste país.
Prof.Jorge Ramos e Drª Lisa Castillo

Encantei-me com a palestra do  Prof. Dr Júlio Braga ,da UEFS, sobre o Sistema Divinatório e Felisberto Sowzer,mostrando um pouco  como funciona os preceitos da religião africana e o famoso e muito procurado jogo de búzios.
Mestre Pastinha,capoeirista e filósofo também foi mostrado com competência pelo jornalista e escritor José de Souza Barreto,autor de um livro biográfico,sobre esse fascinante personagem.
Durante esses três anos de curso vários e importantes personagens foram estudados e rememorados.
Num país onde fazer cultura é tão difícil graças aos recursos escassos este  empreendimento cultural merece aplausos e a reverência daqueles que realmente se importam com o resgate das nossas personalidades mais influentes, infelizmente esquecidas.
“Quando você morre  em um  país sem memória 
 imediatamente eles te esquecem”, já vaticinava Jorge 
 Amado


FALA O LEITOR:





Sulily Lima

 para mim
mostrar detalhes 21:23 (12 horas atrás)
Oi Miriam,
Deixa eu me identificar, senão vai ficar difícil né? rsrs.  Sou Sueli,  pedi seu contato hoje, no finalzinho do curso Manuel Querino. Bem, primeiro vou falar dos seus blogs. Já me apaixonei por eles, assim no primeiro acesso.  Abri todos de uma vez. Dei um voo rasteiro sobre eles e vi que tem tudo a ver comigo!  Vou explorá-los com calma, um por um. Estava muito curiosa para conhecer suas produções.
Aliás, fiquei muito curiosa para saber quem era aquela senhora, de conhecimento amplo, tão cheia  de energia e sabedoria que  transbordam até no seu silêncio.
Sabe Miriam, o que me chamou a atenção em você, é que também sou assim, não assim com toda essa, BAGAGEM... mas  com essa vitalidade, essa expressividade, essa participação tão ativa durante o curso.
Eu também sou assim... só que eu tenho vontade de fazer muitas coisas, de ler muito, de escrever muito, de conhecer tudo. Ainda estou um pouco travada. 
Poxa, bendita hora em que pedi seu contato, que oportunidade maravilhosa estou tendo em conhecer seu trabalho.
Sinto que vamos conversar muito, rsrs
Muito obrigada pela oportunidade e muito prazer em conhecê-la.
Sueli Souza Lima
raduada em Letras UFPA
Pós-graduada em Língua Portuguesa UFPA
Pós-graduada em Psicopedagogia EADCON
Pós-graduanda Estudos Linguísticos e Literários UFBA  



 
mostrar detalhes 00:30 (13 horas atrás)
Miriam, parabéns !

Um excelente texto  ;  onde você demonstrou valorizar a Cultra é algo importante para um Povo que deseja ser cnhecido, rever seua ante-passados com lutas e vitórias.
Infelizmente, outros afazeres me impediram de participar, também.
Eu, gosto muito da Acadêmia de Letras da Bahia ;  lá, a Cultura é reverênciada como deveria ser em qualquer parte deste Rincão.

No próximo dia 14 das 17h30 às 19h30 , no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia acontecerá a 2ª aula do Seminario Bahia e o Semi-Árido, cujo facilitador é o notabilíssimo Profº Manoel Bomfim,  no auge dos seus 80 anos deixou a platéia atenta e ao final aconteceram várias intercorrências. Muito bom mesmo.  Sinta-se convidada para o Evento.

Meu abraço e até breve ,

Rosa Maria




sexta-feira, 1 de abril de 2011

ORAÇÃO DAS SETE LINHAS






                   Tela de Carybé,pintor baiano                             


Reze diante de uma vela branca, acesa.
Ela lhe trará saúde,bens materiais e sucesso financeiro.
Oxalá, vós que refletis o princípio criador,vós que sois o Verbo Solar, a ciência do Verbo sublime, vós que fazeis a supervisão dos orixás na terra, vós que sois a luz do Senhor Deus,  abençoai-nos.
Yemanjá, vós que refletis em vossas cristalinas águas  toda verdade do mundo e o poderio do vosso reino,rogai por nós.
Onibeijada,vós que refletis o princípio da ação da humanidade e do mundo da forma, vós que sois potência divina, rogai por nós.
Xangô, vós que dirigis a Lei das Causas e Efeitos, vós que sois o Senhor das Almas, intercedei por nós.
Ogum, vós que sois o Senhor das Batalhas, vós que sois o mediador que controla o amor e os choques, vós que atendeis na defesa, nas lutas de demanda, rogai por nós.
Pretos Velhos, vós que sois os maiores entendidos da magia e do fundamento, livrai-nos do mal.
A todos vós, Orixás, que são todo o princípio de regência do universo, rogamos que todos vós
derramem sobre nós o conforto  de suas vibrações.
Amém.