sábado, 2 de julho de 2011

O DOIS DE JULHO:INDEPENDÊNCIA DA BAHIA!



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           O Caboclo,reverenciado no 2 de Julho

Era no dois de julho

A pugna imensa travava-se nos cerros da Bahia...

Assim começa o belo poema de Castro Alves “ODE AO DOIS DE JULHO”,que celebra as lutas pela independência da Bahia,em 1822.Os portugueses se recusavam  a largar o osso e continuaram aqui,mandando e desmandando,mesmo após o Sete de Setembro.

Madre Abadessa Joana Angélica de Jesus
O confronto estava nas ruas,principalmente,do Nordeste,ocupado pelo governador militar português,Inácio José Madeira de Mello,o Madeira Podre,como os baianos o chamavam.Salvador estava cercada por tropas leais ao Reino e nosso exercito,pobre,desarmado e faminto,teve que se valer de mercenários que lutavam por dinheiro e da população humilde,porém,destreinada,que lutava por amor e convicção.
Depois que as tropas de Madeira invadiram o Convento da Lapa,matando o Capelão e a Madre Abadessa Joana Angélica,que saiu em defesa do Convento,os ânimos acirraram-se mais ainda e o cerco aos portugueses se intensificou.A luta espalhou-se pelo Recôncavo,rica região açucareira e fumageira,banhada pelo Rio Paraguaçú,encabeçada por Cachoeira,”A Heróica”,elevada a capital oficiosa da Bahia;de lá,partia a resistência.
Ainda Castro  Alves:”o mundo perguntava,erguendo um grito,qual dos gigantes mortos,rolará?”
Vindos do interior,pessoas simples,como os vaqueiros conhecidos como”Encourados de Pedrão,”os sertanejos que formavam o batalhão do Príncipe ou Batalhão dos Periquitos,por causa do verde amarelo das fardas,batalhão criado pelo avô do poeta Castro Alves,José Antonio da Silva Castro, o Periquitão,  que teve um papel preponderante na nossa vitoria.

Maria Quitéria de Jesus Medeiros
Homens como Pedro  Labatut, o Almirante inglês Lord Cochrane, Barros Falcão concretizaram nossa independência expulsando os lusos que eram cerca de 60000 homens  contra   2500 homens nossos,mal armados e mal alimentados,mas,cheios de um fogo que não se apagava,um amor pela pátria nascente e o desejo de liberdade.
Desse cadinho de raças surgiu a fantástica figura de Maria Quitéria de Jesus Medeiros,mulher,analfabeta,filha de português,que alistou-se no exercito vestida de homem e,com seu pequeno grupo aprisionou Trinta Diabos,um capitão de Madeira,temido por todos pela violência e maldade,numa refrega na Ilha de Itaparica.
O corneteiro Luis Lopes

Ao levá-lo a Barros Falcão,este lhe disse,assustado:

-Mas,é o Trinta Diabos!?

Ela falou: -e eu sabia!?Prá mim era só um maroto inimigo.

Uma palavrinha sobre um quase garoto,magrinho e analfabeto,sem nenhuma experiência militar,que definiu a guerra: Luís Lopes. Era o corneteiro da tropa. Ao ver tantos portugueses reunidos na Colina de Pirajá, Barros
Falcão, prudentemente ordenou o recuo.Mandou tocar:Cavalaria,recuar.O Lopes,atrapalhado tocou:Cavalaria avançar.

-Mandei  recuar,imbecil;disse Falcão.

O Lopes tocou: Cavalaria,degolar.

Madeira, assustado,pois sabia do abraço dos patriotas de Cochrane que abarcava a Pituba pelo lado esquerdo e Pirajá pelo direito,mandou tocar retirada completa e a tropa debandou,desesperada.Meu bisavô dizia que era como atirar em pombos;eles nem se defendiam mais. Volto com o poeta:

Lá no campo deserto da batalha
Uma voz se elevou,clara e divina,
eras  tu,liberdade peregrina

Esposa do porvir,noiva do sol.

Com a fuga de Madeira e seus asseclas para Lisboa,perseguidos por Labatut até a foz do Tejo,o Brasil estava finalmente independente.

“Tu que erguias subida na pirâmide

Formada pelos mortos de Cabrito

Um pedaço de gládio no infinito

Um trapo de bandeira, na amplidão...
Minha homenagem aos heróis humildes da minha terra que defenderam o seu direito á liberdade e acreditaram num Brasil recém nascido como país para todos os seus filhos!

Texto de Miriam Sales,escritora e pesquisadora baiana



PALAVRA DO LEITOR:



BOM-DIA,MIRIAM.
AMO O 2 DE JULHO E A POESIA DE CASTRO ALVES.HOJE É,VERDADEIRAMENTE A INDEPEND~ENCIA DO BRASIL.VIVA A BAHIA,VIVA O BRASIL,VIVA MIRIAM.
BELO FINAL DE SEMANA,AMADA
.BEIJOS DE LUZ.
CEZAR UBALDO,PROFESSOR E POETA BAIANO




2 comentários:

  1. É linda sua homenagem. Estes heróis fizeram por merecer. Precisamos de mais heróis, pra completar nossa Independência, porque enquanto um só brasileiro não tiver como se alimentar, ela ainda não estará completa. Parabéns pela postagem! Beijos.

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  2. Concordo, minha querida amiga.E,qdo penso no tempo presente,1970,p/ exemplo ,me pergunto prá que esses jovens morreram?
    Está tudo pior! bjs

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