A BAHIA DE OUTRORA
EDIÇÃO DE JULHO DE 2012
AI,QUE SAUDADES QUE EU TENHO!...
Quando eu era menina pequena lá em Salvador, as crianças brincavam de
boneca,ou de casinha,como gostavam,faziam
cozinhados no quintal,armando um fogareiro feito com pedras e lascas de madeira
e acendendo o fósforo,sem nenhuma preocupação das mães.
Meninas e meninos misturados,os únicos cuidados dessas santas senhoras era por conta
das crianças quererem brincar de médico,brincadeira danosa,não sabe o
senhor,pois,além de despertar a sensualidade precoce –o diabo está sempre ali
,no meio do redemoinho,já dizia o grande Rosa- ainda servia para desmentir as
mães que ensinavam que os bebês vinham da cegonha ou eram encontrados dentro
dos repolhos,dependendo se a criança vivia no campo ou na cidade.
Não se temiam vírus,viroses ou bactérias,pois,não eram assuntos do
cotidiano.
Metia-se as mãos na terra, plantava-se árvores,mergulhava-se no mar
da Boa Viagem,bem ali,no nosso quintal,sem pensar em poluição física ou sonora.
Ouvia-se música baixinho,menos durante a Quaresma,pois,ninguém iria
querer se alegrar durante a Paixão,que coisa mais herege!
Se havia um vizinho doente, em coma ,ou que já tivesse feito a
passagem,os rádios caseiros ficavam
mudo,em respeito á família enlutada.
As crianças eram fortes e ,em matéria de males,só conheciam os
próprios da infância,sarampo,catapora ou caxumba,que no Nordeste chamamos de
papeira,devido ao papo criado sob o queixo.O perigo para os garotos era a
papeira “descer” para os quimbas,cuidado esse que as mães zelosas
evitavam,prevenidas como elas só.
Todos nós tomávamos calcigenol,bom para fortalecer os ossos,o
detestável e temido óleo de fígado de bacalhau e o biotônico Fontoura,aquele do
Jeca Tatu.
Raramente íamos a médicos,um machucado era tratado com mercúrio-cromo
e carinho e psicólogo era coisa de maluco,que mãe levaria seu filho a um?
Travessuras eram “curadas” com tapinha no traseiro,carões,castigos ,como não ir á
matinê ou suspender a mesada,com sério prejuízo para a compra das figurinhas que compunham nossos
álbuns,principal distração da criançada,numa época sem games ou TVs.
Engraçado,ninguém tinha trauma de infância,apesar de criança nunca
ter razão,ter que obedecer cegamente,sem
questionar,aceitar os castigos sem se
sentir rejeitada e não se odiava os pais.
Acreditávamos em Papai Noel,íamos
á missa dominical e aprendiamos
catecismo.
Na escola,os bons e maus alunos,recebiam instrução moral e cívica
,cantavam o Hino Nacional de cor e salteado ,sempre com a mão no peito em sinal
de respeito.E,respeitavam e adoravam sua professora.
Andávamos de bonde e era quase uma entrega a domicílio,pois,o
motorneiro,nos deixava na porta de casa.
Os poucos que tinham automóvel,deixavam as crianças no banco de
trás,onde podiam bagunçar á vontade ,sem parecerem macacos entalados,com o
cinto de segurança de hoje.
Notáveis eram as matinês de domingo,no Cine Roma,onde torcíamos pelo
mocinho,Flash Gordon,Tom Mix,o Zorro.
Celulares não tocavam porque não existiam ainda e durante a seção o
que se ouvia eram os gritos dos mais
exaltados em apoio aos heróis.
As meninas,catitas,vestiam-se de organdi bordado em rococó ou casinha
de abelha, ou um tipo de seda chamado “pele de ovo”,ou ainda a cassa bordada,
e,verdadeiramente pareciam bonecas de louça,com seus cachinhos ou tranças,arrematadas com um belo laço de
fita.
As crianças contentavam-se em “ser criança”,não usavam salto nem
roupas provocantes ,de cores fortes e estranhas.
Os meninos,compenetrados,até usavam traje completo nas festas e
recepções.Ninguém queria imitar os peles-vermelhas com seus cabelos arrevezados
como o dos jogadores de futebol;mesmo porque,os gênios do passado,como Nilton
Santos ou Didi,vestiam-se e comportavam-se como seres humanos
civilizados,limitando-se a fazer o que sabiam fazer muito bem:jogar futebol.
Gente,tenho pena das crianças de agora,com seus celulares e games de
última geração,seus pais sempre ocupados e sem tempo para elas,uma babá
eletrônica –a TV-que só dissemina sexo e violência,bullying,invenção americana
muito bem aceita por aqui,e que tem ajudado a engordar psicoterapeutas,sandubas
do MacDonalds e o primeiro gole de cerveja tomado antes dos dez anos.
Sem exercitar o cérebro - estamos na geração do “copie e cole”-logo,este
,será um órgão em extinção,como o apêndice.
Para que cérebro se temos São Google?
O QUE SE FAZ NA BAHIA
A União Brasileira de Escritores – UBE/BA celebra o Dia Nacional do Escritor (25/07) com o seminário: Movimentos Literários Contemporâneos da Bahia, com a participação de vários grupos que mantém a literatura baiana em constante renovação. O evento será realizado no dia 20 de julho (sexta-feira), a partir das 17h30, na Sala Luiz Orlando da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Barris). O evento será coordenado pelo jornalista Carlos Souza - coordenador da UBE/BA.
PROJETO "FALA ESCRITOR"
A União Brasileira de Escritores – UBE/BA celebra o Dia Nacional do Escritor (25/07) com o seminário: Movimentos Literários Contemporâneos da Bahia, com a participação de vários grupos que mantém a literatura baiana em constante renovação. O evento será realizado no dia 20 de julho (sexta-feira), a partir das 17h30, na Sala Luiz Orlando da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Barris). O evento será coordenado pelo jornalista Carlos Souza - coordenador da UBE/BA.
PROJETO "FALA ESCRITOR"
PROJETO "FALA ESCRITOR"
Um dos mais importantes projetos voltados para o autor independente,o "Fala Escritor" vem resistindo e crescendo a cada apresentação ,no 2º sábado de cada mês,na Livraria Saraiva Iguatemi,dentro do Espaço Gláuber Rocha.
O próprio Gláuber,se vivo fosse,frequentaria esse espaço democrático ,onde os fracos,ou seja os escritores que não dispõem de espaço na mídia,podem ver e ser vistos,ouvidos e escutados.
Sempre há um importante lançamento,como o de ontem,da jornalista e poetisa,Cymar Gaivota,com o seu aplaudido livro,"Nas Asas Da Gaivota".
A editora Pimenta Malagueta sob cujo selo o livro foi produzido,estava lá apoiando a autora,muito aplaudida e requisitada ,enquanto assinava autógrafos sem parar.
Projetos como esse tinham que ter o apoio do "Faz Cultura",pois,é um dos baluartes da nova literatura e ajuda a revelar muitos talentos,que não teriam espaço se não fosse através desses sonhadores,Leandro de Assis,Valdeck de Jesus,Renata Rimet e o incansável jornalista Carlos Souza,sempre atento a divulgar a cultura baiana.
Convido todos os baianos a participar e apoiar esse espaço que nasceu apenas do ímpeto de seus organizadores.
Palestra de Miriam Sales- 2011
Público e fundadores,confraternização
Platéia atenta
Os organizadores
O público
"NAS ASAS DA GAIVOTA",O LIVRO DA LUCYMAR SOARES
RECORD DE VENDAS EM LANÇAMENTOS
PROCURE ABAIXO
E ,NAS PRINCIPAIS LIVRARIAS DE SALVADOR.
CONHEÇA OS TÍTULOS DA EDITORA PIMENTA MALAGUETA
COISAS DA BAHIA
BANHO DE CHEIRO
Origens:Na verdade este banho tem origens
diversas:orientais,africanas ou caboclas.
Nasceu do medo ancestral do mau-olhado ou
ziquizira,como uma proteção contra os
feitiços e maldições.
Pode ser também um banho perfumado para o bem estar de
quem o toma,como se usa nos países orientais.
Estes são feitos com ervas e cascas,flores e essências
e resinas,pois têm o poder de conservar a felicidade,afastar a má sorte e
desamarrar negócios encrencados.
Os trevos,ervas e cipós são pisados ,as raízes e paus
são ralados e postos numa bacia com água,guardados até a hora do banho,que não
pode ser”hora grande”:meio-dia, seis da
tarde ou meia-noite.
Se for banho de descarrego para tirar mandinga forte é
melhor tomar antes do sol nascer.
Primeiro toma-se um banho normal de asseio e só depois
o banho de cheiro que pode ser uma bacia cheia de ervas esmagadas,na verdade
sete ervas:arruda,alecrim,manjericão,malva rosa,malva branca,manjerona e
vassourinha.
Secar o corpo sem enxugar.
Existem banhos que se toma cabeça e tudo e outros
que,de jeito nenhum pode-se molhar a cabeça;todos têm seus preceitos rigorosos.
Tem,sim,várias indicações,cada uma para um
fim;alguns,as ervas têm que ser fervidas e o banho,tépido;outros,as ervas são
esmagadas e o banho,frio;cada orixá tem seu preceito e para cada necessidade,um
banho recomendado.
No banho de cheiro nunca se usa sabonete ou toalha.
O poderoso “banho de sete forças” que restaura as
energias combalidas e tira qualquer força negativa é feito com a raiz da jurema,folhas de malva
branca,manjericão,hortelã,alecrim,arruda e capim santo.Ferver tudo;macerar as
ervas ,coar e deixar dormir no sereno três noites;tomar o banho antes do nascer
do sol.As madrugadas adequadas são as de Ano Bom,Sábado de Aleluia,S.João, Natal
e Ascensão do Senhor.
O melhor dia
para o banho é a sexta-feira,fora das” horas grandes”
Espero ter lhe ajudado e sempre estarei a seu
dispor,inclusive nas “simpatias” e rezas fortes ,na Bahia.
Abraços
...TODO BOM MINEIRO IRÁ!
26 DE JULHO
DIA DA VOVÓ
VOVÓ É MÃE COM AÇÚCAR!
HOMENAGEM A DUAS GRANDES MULHERES,MINHA AVÓ ,ALMERINDA PITANGA DE SALES E MINHA MÃE, ARACI DE SALES OLIVEIRA.NA FOTO,AINDA CRIANÇAS,MINHAS FILHAS,LILIAN DE SALES OLIVEIRA DA ROCHA,HOJE,JÁ AVÓ E CONSUELO DE SALES OLIVEIRA DA ROCHA.
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