sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

MÃE MENININHA DO GANTOIS,117 ANOS!



Sendo hoje  a data aniversária da “filha de Oxum” mais bonita da Bahia,como toda baiana que se preza quero reverenciá-la .
Mas,não vou contar o que todo baiano sabe de cor:quem era,o que fez,o Terreiro do Gantois,onde viveu e reinou soberana até sua morte.
Em vez de chover no molhado,ou seja,contar o que todo mundo já sabe,quero relatar uma experiência pessoal que tive com ela.
Sempre ouvi falar do Gantois,claro,mas,nunca havia estado lá.
Nos idos de 70 eu vendia livros dos outros e era sócia do Roberto Faissal numa pequena distribuidora que comercializava as obras da Editora Três.
Faissal era um respeitado ator de novelas  -entre outros papéis importantes ,foi o Albertinho  Limonta,da novela “O Direito de Nascer –campeã de audiência nos anos 50,a famosa era do rádio.
Nossas mães e avós eram loucas por ele!
Um dia,Faissal me falou de um problema irresolvível e perguntou se,consultando Mãe Menininha,ela  poderia dar jeito nas coisas.
Falei que ela era a maior ialorixá da Bahia, sobrinha-neta de Mãe Pulchéria , feita de santo desde pequena,portanto detentora da sabedoria dos orixás e guardiã dos seus segredos.
Faissal me pediu para marcar uma audiência com ela.
Procurei o famoso terreiro e fui recebida por Pai Costa,que devia ser obá do terreiro.Ele me disse que Mãe Menininha estava adoentada,recebia uns poucos amigos e não estava atendendo ninguém.
Fiquei um poço desanimada,mas,de repente fez-se a luz.Disse-lhe que Faissal era o ator que fazia Albertinho Limonta na  novela da Rádio Nacional.E que precisava muito dela.
Ele prometeu que ia consultá-la.
Dias depois,passando lá,recebi o sinal verde.
Roberto pegou o avião,no Rio,e  desceu ,esperançoso,em Salvador.
Dia seguinte rumamos para a Federação,onde fica o Gantois.
Enquanto Roberto esperava ,Pai Costa me introduziu para falar com ela.
Afastei as cortinas e me deparei com uma senhora de óculos e serena beleza,cuja face respirava bondade e dignidade.
Seu porte magnífico lembrava a realeza.Mantas com desenhos africanos esquentavam-lhe as pernas.
De repente,firmou a vista,levantou os braços e disse:
_
Héèpà Héè, Oya ò! Iansã,contigo ninguém pode,minha filha!
Beijei-lhe as mãos e saí para deixar entrar o amigo.
Não sei o que ele lhe pediu,não sei se conseguiu...
Mas,a presença da Mãe Menininha marcou-me para sempre.

4 comentários:

  1. Coisa boa ler isso,Miriam...Uma presença marcante...
    E quanto às tapiocas, adoooooooooooro, com côco e l.condensado, ou as salgadinhas, TRI LEGAL de Bão!rsr beijos,lindo fds!chica

    ResponderExcluir
  2. Que venha sua proteção, lembro que ao mudar para a Bahia ela estava mal e logo a seguir faleceu nao tive tempo de ve-la.Meu abraço Miriam.Bm fim de semana de paz.Bju

    ResponderExcluir
  3. Oi,minha joaninha favorita.
    Qdo vc vier aqui vou te entupir de tapioca...
    Qdo puder visite meu site www.miriamdesalesescritora.com.br
    Foi feito pelos www.artistasgauchos e está trilegal! bjks

    ResponderExcluir
  4. uerido Toninho,daquela mulher emanava uma força benéfica,inesquecível! bjks

    ResponderExcluir