
VOCÊ JÁ FOI Á BAHIA? NÃO? ENTÃO VÁ!
Fazem alguns anos que escrevi o livro "A BAHIA DE OUTRORA", uma singela homenagem que queria prestar á minha ,mostrar a beleza e a importância na vida e na história brasileira.
Chegamos a fazer o livro digital e ele foi muito bem aceito no Amazon.
Falar sobre a Bahia antiga,seus costumes e valores,suas crenças ,sua memorável gastronomia, seu povo raçudo capaz de gerar o Dois de Julho e a Guerra de Canudos, contar causos passados,histórias de fadas, histórias de heróis e heroínas, amores e guerras era toda minha intenção.
O certo é que o livro chegou á 4ª edição ,correu mundo e foi elogiado até por um importante cidadão americano ,diretor de Bibliotecas da Harvard University.
Pois bem,esse livro será reeditado no próximo ano em Português e Inglês. Mudarei ,apenas ,a capa.
Em time que está ganhando não se mexe, não é o que dizem?
Degustem ,por aqui, um texto desse livro ,como uma espécie de aperitivo até chegar a nova edição.
As várias edições do BAHIA DE OUTRORA

2ª,3ª,4ªE 5ª EDIÇÕES
EDIÇÃO NA AMAZON
EDIÇÃO DIGITAL
EDIÇÃO ESPECIAL PARA PRESENTE
AINDA DISPONÍVEL
Entregues em todo o Brasil
Pedidos:miriamdesales@gmail.com
NOS TEMPOS DA BRILHANTINA
A gente não tem que caminhar muito para encontrar saudosistas.Pessoas que conheceram nossa cidade, pacata,quieta,provinciana,onde quase todos se conheciam,tempo de serenatas nas portas e cadeiras nas calçadas.A gente até podia ouvir os sinos!Eles tocavam para avisar sobre incêndios, davam horas, repicavam alegremente nos dias de festa, dobravam sobre finados, choravam pelos “irmãos”, chamavam os fiéis para as missas e novenas. Alegravam a cidade com seus toques ruidosos.Até se davam ao requinte de diferenciar os toques,algumas vezes com a boca prá baixo,outra prá cima,caso o finado fosse homem ou mulher.Os sinos de São Francisco,do Carmo,do Desterro, da Sé...As festas de largo,as quermesses,as novenas,os ternos de Reis.E a saudade vai ficando,abrindo os caminhos,logo a gente se lembra dos automóveis,capotas arriadas,o fonfon (o que é que há com a sua baratinha,que não quer funcionar?) os corsos,as matinés de domingo,onde os namorados trocavam beijos,”coladas”,como se chamava antigamente os beijos de língua,apesar das tias acompanhantes,sempre atentas,protegendo a donzelice das sobrinhas."Soirées”,elegantes,as moças de chapéu,pastinhas sobre a testa,chamada “pega-rapaz”,muitas imitavam nos trajes e penteados,a última moda de Hollywood.
Moça casadoira,ás tardes,ficava nas janelas,debruçadas nos peitoris,tinham até almofadas para descansar o cotovelo.O rapaz passava,devagar,fazia uma reverencia,com seu chapéu panamá,um bigode á Errol Flynn,ídolo da época - quem se lembra!? do seu riso safado e bigodinho fino, sucesso entre os rapazes. Os mais afoitos piscavam o olho,a moça piscava de volta,havia a linguagem das flores,outro dia falarei delas,os enamorados se entendiam.E as festas?Esperar pelas festas, que alvoroço; elas aconteciam o ano todo, a maioria de igreja, maravilha quando havia quermesse ou procissão, banda de música no coreto do jardim, ou ver a banda passar, cantando coisas de amor. As mocinhas de braços dados,feito cordas de caranguejo,vestidas de rosa ou lilás,azuis suaves,verdes ternos,branco virginal.Figurinos de Lana Lobell ,vaporosos,diáfanos,decotes discretos,insinuando sem mostrar,ativando a imaginação dos rapazes;que,no alvoroço,prometiam bombons aos irmãos mais moços da garota que queriam namorar e até uns tostões,para mantê-las longe das tias,e poder ganhar um beijo roubado.Tem até aquela estorinha do namorado que prometeu um tostão ao irmão caçula da amada prá ficar vigiando a rua,debruçado na janela,avisando sobre qualquer vivente que passasse e pudesse pegá-los no flagra;o garoto foi dando o alerta e papando seus tostãozinhos,até,que-garoto honesto - alertou:-olhe,é despartido prá você,vem passando aí uma procissão.
O what´s zap dos anos 40/50
NA BIENAL DA BAHIA
APOIO DA FAMÍLIA