BIENAL DO LIVRO/13
ECOS DA BIENAL
O QUE É ISSO, BIENAL?
As Bienais,como o nome está dizendo, são festas
literárias que acontecem de dois em dois anos,nas cidades mais importantes do
país,onde se reúne o “povo do livro”: autores,livreiros,editores e distribuidores,exibindo
seus trabalhos,divulgando e comercializando livros para um grande público
leitor.Governos,fundações,universidades e entidades diversas como o Sesi, Sesc
e Senac se unem para tornar viável esse
encontro.
Para atrair este público são criados eventos como
apresentação de autores consagrados, debates,recitais e shows musicais ,
leituras públicas,contação de histórias visando o público infantil,e,muita,muita
animação.
A BIENAL DA BAHIA/13
A Bienal deste ano,na Bahia,começou a 8 de Novembro e
terminou dia 17,portanto nove dias de festas e atrações;um encontro do público
leitor e seus ídolos,uma festa do livro e da leitura ,”livros á mancheias “como
queria o poeta,levando o povo a pensar.
Dividida entre expositores e autores,a Bienal trouxe um público de todas as camadas sociais, ávido por
novidades ,que visitou stands,comprou
livros,participou do Café Literário ,do Território Jovem,da Praça da Poesia e
Cordel e da Leitura Pública,com entusiasmo e curiosidade.
Ponto para a incansável Fundação Pedro Calmon que
conseguiu um espaço para as Editoras Baianas de médio e pequeno porte,
adredemente selecionadas,espaço muito
procurado pelo público,que queria se inteirar do que se faz ,na Bahia,em termos
de produção literária séria;nesse espaço,aconteceram lançamentos,recitais e
apresentação de autores.Tivemos cerca de 300 expositores.
Este ano,havia uma grande praça de alimentação e vários
stands de comidas e bebidas espalhados entre os corredores.
O DIA A DIA DA BIENAL
DIA 8/11
ABERTURA OFICIAL
Autoridades e público prestigiando os escritores Carlos
Capinan e Fernando Risério,que mostraram a importância da
Bahia no cenário cultural brasileiro.
BAÚ DE HISTÓRIAS
TERRITÓRIO JOVEM
Borralheiros e Borralheiras,com Fabrício Carpinejar,mediado
por Suzana Vargas que fez um excelente trabalho
de curadoria durante todo o evento.
PRAÇA DA POESIA E CORDEL
Mil e um poemas em 10 noites de poesia,vários poetas se
apresentaram capitaneados pelo Poeta Maior,José Inácio Vieira de Melo.
Entre as livrarias presentes houve muita seção de
lançamentos de livros e palestras diversas.
DIA 9/11
BAÚ DE HISTÓRIAS
CAFÉ LITERÁRIO(tarde)
“Escrever
para mudar o mundo”,com os autores Isadora Faber e Otávio Jr.Jovens
da periferia tentando mudar o mundo e
suas vidas.
TERRITÓRIO JOVEM
“As
saídas do armário”:a nova moral social e familiar.Bruno
Bimbi,mediado por Marcos Vinicius Rodrigues.
CAFÉ LITERÁRIO
“Os
anos de Vinicius de Moraes na Bahia”.Com Gessy Gesse e Miguel Jost,mediados por João Paulo Cuenca.
PRAÇA DA POESIA E CORDEL
Durante todo dia e toda noite a poesia rola solta neste
espaço tão concorrido.
Apresentação de poetas locais.
TERRITÓRIO JOVEM
BULLYING...
Maria Teresa Maldonado e Feizi Milani,mediados por Renata
Rocha ,trataram deste assunto tão falado e tão sofrido pelos jovens nos dias de
hoje.
CAFÉ LITERÁRIO
“Literatura
Fantástica Brasileira”.Mediados por Miguel Jost,dois jovens discutiram esse tema
tão atual:André Vianco e Antônio Xerxenesky.
Todos os dias lançamentos de livros e palestras nos
espaços dos livreiros e editores.
DIA 10/11
O dia sempre começa com o Baú de Histórias para alegria da criançada.
TERRITÓRIO JOVEM
“O
Apocalipse existe?Existirá?Mediado pela Suzana Vargas ,o escritor
Eduardo Sporh,debateu o tema que assusta
muita gente.
Jornalismo:Que
profissão é essa?Cora Rónai e o excelente Jefferson Beltrão
tentaram explicar essa profissão tão controversa. Mediados por Vítor
Mascarenhas.
CAFÉ
LITERÁRIO
Cartum
e Grafite Brasileiros
Os interessados no tema tiveram a oportunidade de ouvirem sobre ele
,nas palavras de André Dahmer e Tomaz Viana.Com mediação de Miguel Jost.
Viajar
é preciso.
Que tema delicioso debatido por jovens viajantes e
mediado por Vitor Mascarenhas.
PRAÇA
DA POESIA E CORDEL
Muitos poetas locais trazidos e escolhidos por José
Inácio.
CAFÉ
LITERÁRIO
SER
BIÓGRAFO NO BRASIL ,HOJE. Uma questão muito polêmica tratada por
Josélia Aguiar e Mário Magalhães,mediados por Miguel Jost.
DIA
11/11
Todos
os dias,muita alegria e poesia.Baú de Histórias e Sarau de Poesia e Cordel.E
lançamentos de livros e palestras nas editoras,entidades de classe e livrarias.
CAFÉ
LITERÁRIO
AS
FRONTEIRAS DA LINGUAGEM
Dois jovens autores,João Filho e Paulo Scott, debatem a
identidade nacional,o modo de falar moderno e peculiar a cada região.
Dia 12/11
TERRITÓRIO
JOVEM
Dia
sagrado :Mãe Stella de Oxóssi,nossa mais nova acadêmica discorre
com sabedoria e paciência sobre os Orixás.Presente,Nelson Macca e tendo por
mediadora Adelice Souza.
CAFÉ
LITERÁRIO
Afrodescendência
e cultrura brasileira
Haroldo Costa e Ana Maria Gonçalves debateram sobre o
tema tão presente na realidade baiana,mediados por Josélia Aguiar.
DIA
13/11
Território
Jovem:
A
Copa É Nossa?
Juca Kfouri e Darino Sena discutiram futebol ,mediados
por Gustavo Castelluci.
O
QUE É A FÉ,AFINAL?
Dia glorioso.Frei Beto, tão bom como sempre, lotou plateia
e discorreu muito bem sobre a religião,a vida,os costumes...
Ponto para a curadora Suzana Vargas e para a Bienal.
CAFÉ
LITERÁRIO
A
LITERATURA NA PERIFERIA.
Mediados por Josélia Aguiar,Nelson Macca e Élcio Sales
discutiram o assunto.
DIA
14/11
TERRITÓRIO
JOVEM
DROGAS:AS
VOLTAS DO CAMINHO
Para mim,um caminho sem volta,mas,valeu o debate entre
João Estrella e Márcio Mello,mediados por Josélia Aguiar.
CAFÉ
LITERÁRIO
O
PASSADO ,HOJE
Mary Del Priore e Zuenir Ventura,ainda tendo como
mediadora Josélia Aguiar,falaram das transformações sociais.
DIA
15/11
CAFÉ
LITERÁRIO:MEMORIALISMO E A LITERATURA DA AMÉRICA LATINA
Guadalupe Nettel e Joca Terron,mediados por Paulo Werneck.
TERRITÓRIO
JOVEM:
O
AMOR NA INTERNET
Márcia Tiburi e José Inácio Vieira de Melo deram muito
bem seu recado. Aline Castelo Branco,mediou.
CAFÉ
LITERÁRIO
BRASIL
2013:MÍDIA NINJA E ATIVISMO ONLINE
Bruno Torturra e Rafucko ,mediados por Paulo
Werneck,mostraram vídeos.
DIA
16/11
TERRITÓRIO
JOVEM
VAMPIROS,FANTASMAS
ETC,ETC...
Carolina Munhoz e Raphael Draccon,falaram de temas
sobrenaturais,mediados por Renata Rocha.
CAFÉ
LITERÁRIO
3
POETAS DA BAHIA
RUY ESPINHEIRA FILHO,ROBERVAL PEREYR E JOSÉ INÁCIO VIEIRA
DE MELO,ainda o Paulo Werneck na mediação,falaram sobre a poesia baiana.
TERRITÓRIO
JOVEM
TRAIÇÃO
ENTRE AMIGAS
Thalita Rebouças ,mediada por Suzana Vargas trouxe muitos
jovens ao auditório Ubiratan Castro.
CAFÉ
LITERÁRIO
O
ROMANCE INVENTANDO O BRASIL
O grande mestre Antonio Torres com Rodrigo Lacerda e mediado pelo Paulo
Werneck,deu um show de cultura e sabedoria,com muita simplicidade e usando o carisma
que Deus lhe deu.
DIA
17/11
TERRITÓRIO
JOVEM
PROFISSÃO:AUTOR
NÁDIA SÃO PAULO E PATRICIA BARBOSA,mediadas por SUZANA
VARGAS,falaram sobre a profissão de escritor.
ENCERRAMENTO
DE GALA
O escritor João Ubaldo ribeiro encheu o Auditório
Ubiratan Castro,falando para sua gente e seu público fiel.Encantador,como
sempre!Lúcido,como nunca.
BEM,ACABOU.ATÉ
2015!
UM
BALANÇO SOBRE A BIENAL DA BAHIA/13
De um modo geral a Bienal ficou bem na foto.Houve mais
organização,a mudança na direção da Fagga ,foi benéfica,funcionários mais
competentes e cordiais,atendendo muito bem ao público e aos expositores.Devo
acrescentar que esta é a minha visão da Bienal e como me senti como
participante,meu debut como editora.
Escrevo o que percebi e não tenho procuração para falar
sobre o que os outros pensaram.
O público presente poderia ter sido bem maior se houvesse
um transporte direcionado para o evento,sendo este um dos pontos negativos da
festa que falarei mais adiante.
O espaço destinado ás editoras baianas foi muito bom,com
stands mais amplos e melhor arrumados que há dois anos atrás.A seleção das
Editoras,também,escolhidas,apenas,as sérias que fazem um excelente trabalho
editorial em prol da nossa cultura.Todas criaram eventos,lançamentos e se
esmeraram na apresentação dos seus locais.
Pena que a grande mídia nos ignorasse,passasse sempre pelo
nosso corredor,de olhos duros para a frente e,nem sequer,focando no grande
painel “ Editoras Baianas”,postado na entrada e feito com tanto carinho pela
Fundação Pedro Calmon,entidade que nos deu um perfeito “supporting cast”.
As Editoras Pinaúna, Mondrongo,Cogito,Pimenta
Malagueta,Vento Leste, Caramurê foram
muito visitadas e aplaudidas.
Lançamento do livro de Carla Elísio na Bienal da Bahia/13
Ed.Pimenta Malagueta
A criação de um espaço para a recém criada UBESC,foi um
point da Pedro Calmon,no intuito de abrir espaço para escritores
independentes.Mas, a meu ver,não deveria ter ficado no exíguo espaço das Editoras
e,sim,num espaço maior,junto ás entidades – pois,eles são uma entidade – como o
Sesc e Senac.Um espaço maior e melhor localizado.
Desta vez ,tivemos uma grande Praça de Alimentação,sempre
com muita gente faminta ,devorando refeições e sanduiches,entre uma visita e outra aos
stands.Além de pontos de comida espalhados por todos os locais.Mas,deveria
haver mais bebedouros,evitando os gastos exorbitantes na compra de água
mineral,uma escorcha de quase ou mais de $2,a depender do local.
O aluguel de carrinhos para a criançada agradou a gregos
e troianos.Pais despreocupados empurravam seus filhos enquanto passeavam por
toda a feira.
Antonio Torres autografando para Marina Gentile
A visita das escolas foi bem mais organizada do que em
anos anteriores,com uma entrada/ saída própria,muitos vale – livros distribuídos
e usados para compra de livros,o que foi muito bom.
A visita do público ao Território Jovem,inclusive
visitantes nem tão jovens assim,foi muito concorrida;mais que o Café
Literário,talvez por falta de atrações interessantes.Alguns autores falavam
para uma sala semi – vazia,horrível! Bombou nos dias de João Ubaldo e Antonio
Torres,autores consagrados,donos de um público fiel e ambos excelente
comunicadores.A presença da Thalita Rebouças,no Território Jovem ,gerou um
tumulto entre centenas de jovens que queriam assisti-la;e,situações muito
engraçadas que depois eu conto.
Antonio Torres
Quero abrir um espaço especial para louvar o magnífico
trabalho de José Inácio Vieira de Melo,que trouxe muitos poetas para o espaço de poesia e
cordel,espaço sempre cheio ,diga-se de passagem.Inácio sabe animar como ninguém
e faz um trabalho muito bom em Maracás,interior da Bahia e nas muitas festas
literárias onde comparece como convidado e nos encontramos nesse mundão de
Deus.
Outro abraço e louvação especial a Suzana Vargas,curadora
do Território Jovem,que conseguiu lotar o espaço,devido ao modo como distribuiu
os temas.No Amapá,onde a conheci e estivemos juntas,ela me falou da sua ideia
de diversificar os temas,falando não apenas de literatura,mas ,de assuntos
atuais:bullying,drogas,casamento gay,preconceito,literatura
fantástica,diversidade religiosa,internet,futebol etc.Deu tudo muito
certo,querida Suzana,parabéns!
Miriam de Sales autografando no stand da Bienal.Todos os livros vendidos.
Atenção especial para o público que prestigiou com a sua
presença esta que foi a maior festa da Literatura baiana.
BIENAL DA BAHIA/2013
SUGESTÕES PARA 2014
Editora Caramurê,uma das participantes.
HORÁRIOS:
*Esta deve ter sido minha 10ª Bienal; primeiro como
leitora,depois como autora e agora como editora/autora.
Percebi que as Bienais ficam num marasmo durante
as manhãs.O tempo é curto,vivemos numa cidade de praia e de transporte
difícil.Porque não começarmos ás 14hs e irmos até ás 22hs?
Entre as 16 e 18 hs é que se fazem lançamentos,os
escritores mais badalados se apresentam e o público chega em massa.E,não fica
tão cansativo.
*Temos saraus,apresentações poéticas,leituras
públicas,contação de histórias e cordéis.Um teatro seria bem vindo,vocês não
acham?Monólogos curtos, sketchs,textos de humor.E,dança,muita dança.
*Tanto as empresas ou pessoas que compraram stands ou
empresas que ganharam um,deveriam ter um serviço de limpeza,retirada de lixo
etc
Nós,na Pimenta demos uns trocados ás moças da limpeza
para “ajeitarem “o nosso.A única vassoura que já peguei na minha vida foi a
minha ,de bruxa.
*Falou-se muito num cartel de preços na praça da
alimentação;tudo muito caro e sem muitas opções.Água mineral,caríssima.Porque
não, muitos bebedouros espalhados pelo local?!
*A Fagga recebe um apoio financeiro bem gordinho do
Governo do Estado,subvenções e que tais.Para mim,não deveria ser cobrado
ingresso;mesmo $4 é caro ,para quem vem com família.
*A distribuição dos vale-livros foi caótica. Porém, pior
e anti –ético foi gente que nunca escreveu ou publicou um livro,receber crachá
de escritor.Dado por quem? Bom investigar!
*O transporte foi muito mal.Pessoas chegaram a levar até
duas horas do Iguatemi até o Centro de Convenções.
A Prefeitura e o Estado deveriam colocar ônibus gratuitos
nas principais estações de transbordo,diretos para a Bienal.
Em São Paulo ficamos hospedados no Hollyday Inn e lembro
que o metrô parava quase dentro do Parque Anhembi.Ônibus por toda parte vindo
dos bairros mais distantes.
Editora Cogito,brilhou na Bienal
*No corredor de Editoras baianas,que adorei estar,muita
barulheira vinda de todos os lados.Música,poetas aos berros,impossível
comercializar livros deste jeito.Nós,os editores,reclamamos.
E,caros escritores,para que ficar vendendo livros pelos
corredores?Vi muita gente dando voltas e dizendo:-Ih,olha ele (ela)ali...
Nada de coagir ou espantar possíveis leitores. Livro não
é batata –doce nem Bienal é feira.
FOTOS DO EVENTO
IVAN DE ALMEIDA (COGITO) E MIRIAM DE SALES(PIMENTA MALAGUETA)
O AMIGO HERMES
A AMIGA MARINA GENTILE
VALDECK DE JESUS,DISTRIBUIU GRATUITAMENTE O LIVRO "ABRE A BOCA,CALABAR",NO STAND DA EDITORA PIMENTA MALAGUETA
OS ESCRITORES JORGE FLOQUET E JOÃO WANDERLEY
MARINA GENTILE E A POETISA MALÚ FERREIRA
AS ESCRITORAS NÁDIA SÃO PAULO,MIRIAM SALES,PATRICIA BARBOSA E SUZANA VARGAS
JORNALISTA CARLOS SOUZA
JORNALISTA JOSÉ AMARO ,DO SALVADOR ACONTECE
O LIVRO DE PAOLA RHODEN ESGOTADO NA BIENAL
A MENINA QUE VEIO DO NORTE.ALINE SALVATORE,EM SALVADOR.
O LIVRO DIGITAL DE LYA FERRAZ,LANÇADO NA BIENAL
A BAHIA DE OUTRORA DIGITAL ,MUITO BEM VENDIDO DURANTE TODOS OS DIAS DE BIENAL.Ao todo,100 livros vendidos durante a Bienal.
SALVADOR,ACONTECE
HOJE,ÁS 19 HS O INSTITUTO FEMININO DA BAHIA,FUNDADO POR D. HENRIQUETA CATHARINO,COMPLETA 50 ANOS .COMEMORA-SE ,TAMBÉM,OS 50 ANOS DE CRIAÇÃO DO "HINO AO SENHOR DO BONFIM",DO PRÍNCIPE DOS POETAS BAIANOS,
ARTHUR DE SALLES.
D. HENRIQUETA CATHARINO
HOJE,ÁS 19 HS O INSTITUTO FEMININO DA BAHIA,FUNDADO POR D. HENRIQUETA CATHARINO,COMPLETA 50 ANOS .COMEMORA-SE ,TAMBÉM,OS 50 ANOS DE CRIAÇÃO DO "HINO AO SENHOR DO BONFIM",DO PRÍNCIPE DOS POETAS BAIANOS,
ARTHUR DE SALLES.
D. HENRIQUETA CATHARINO
Nascida de uma família abastada da sociedade baiana, Henriqueta Catharino, foi educada em casa , nos moldes da tradição francesa, onde recebia aulas de conhecimentos gerais, princípios morais, línguas, música, pintura; e para aprofundar os conhecimentos adquiridos, viajava regularmente à Europa.
Foram essas sucessivas viagens aliadas à sua formação religiosa que fizeram desenvolver bem cedo em D. Henriqueta o seu desejo em ajudar o desenvolvimento da mulher, calcado num feminismo cristão de amor ao próximo.
Não bem tinha completado 30 anos, ainda na primeira década deste século, fundou a P.B.L. Programa da Boa Leitura, espécie de biblioteca para empréstimo de livros; bem como as “Tardes de Costura”, destinadas a confecção de roupas para pessoas carentes. Destas duas experiências, nasceria o Instituto Feminino da Bahia.
Discreta, procurava ajudar a todos de maneira sigilosa, fazia parte de seu modo de ser “fazer o milagre sem dizer o santo”. Assim, as atividades nesse sentido multiplicavam-se rapidamente, quer através da Beneficência Santa Úrsula, Betânia, Casa de Férias e Repouso Santa Terezinha, ou cedendo o espaço da instituição para chás beneficentes, e colocando recursos próprios à disposição da Igreja e dos pobres.
Em 1937 iniciou-se a construção da sede definitiva do Instituto Feminino da Bahia no bairro do Politeama. Tal empresa só foi possível pois, acreditando no sonho da filha Henriqueta, seu pai, o Comendador Bernardo Martins Catharino, grande empreendedor da indústria têxtil da Bahia do início do século, antecipou em vida a parte que lhe caberia na herança.
Aos poucos consubstanciava-se o seu ideal cristão de amor ao próximo e seu ideal educacional, trabalhando sem cessar na formação intelectual e moral da mulher, empenhando-se na orientação do pensamento e na condução das ações. E com o passar do tempo a importância da obra de Henriqueta Catharino na sociedade solidifica-se cada vez mais. Em 1947, após uma visita à Bahia, a escritora Olga Obry registrou no jornal “A Gazeta” de São Paulo:
“(...) existe num edifício moderno destinado principalmente a fins educativos, com salas amplas e arejadas, o museu mais rico de artes femininas de caráter tipicamente local que se possa encontrar pelo mundo afora: a coleção do Instituto Feminino da Bahia.”
Assim como, em 1951, o Estado da Bahia publica as palavras do escritor Érico Veríssimo, que havia visitado demoradamente o Instituto Feminino:
“– Não conheço coisa igual em todos os colégios do Brasil por onde já andei e visitei. E não sei se vi pelo menos igual nos Estados Unidos. Se a iniciativa privada na Bahia faz obras dessa natureza com freqüência, a Bahia pode se considerar a Terra da Promissão.”
Mulher extraordinária, religiosa e culta Henriqueta foi também desprendida dos bens materiais e por esta razão a Bahia possui , e disto se orgulha , uma obra sócio cultural da importância do Instituto Feminino, abrigando os Museus Henriqueta Catharino e do Traje e do Têxtil.
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