segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O BOM BAIANO

O BLOG DE OUTUBRO/13




SÓ SE VÊ NA BAHIA...









O BOM BAIANO
O baiano daqueles  tempos ,acostumado a grandes espaços nas casas senhoriais,queixa-se muito dos minúsculos apartamentos de hoje,onde o corpo da casa é  mais apertado em benefício das áreas de lazer coletivas que ,com suas imensas piscinas ,churrasqueiras e  salões de festas,pretendem substituir as salas de visitas das casas onde se recebia  de maneira fidalga os amigos mais chegados e as visitas de cerimônia.
_”Tudo isso é muito bom,muito farto,mas,a saudade não me deixa”,queixa-se a velha senhora,agora obrigada a viver com os filhos numa destas mansões de nomes estrambóticos,uma espécie de compensação psicológica para combater a falta das casas senhoriais,mansões ou não.
Quem vivia em casa espaçosa não se conforma com a ausência de privacidade,sente falta da sala de visitas,enorme,adornada com bibelôs de biscuit,da sala de jantar ,onde as famílias se reuniam para as refeições sempre presididas pelo dono da casa,responsável por dar graças a Deus pelo pão nosso de cada dia,farto e fresco.
Sempre havia um longo corredor,adornado com consoles e tapetes que levava aos quartos ,á copa e cozinha,imensa , de onde saíam as gostosuras domésticas e a parte menos nobre,o banheiro comum a toda família ,já que poucos tinham suítes,um estrangeirismo mal acatado por aqui.
As cozinhas americanas dos “apertamentos “de hoje,seus quartos onde mal cabe uma cama ou beliche confrangem nossos corações acostumados ao fogão de lenha e ao guarda – comida,um grande armário onde se acomodavam os alimentos e minha vó alinhava,como soldados,as latas de leite Moça,ícone da minha infância ,tão desejado nas merendas da tarde.
Para nós,o povo de antigamente,o que mais incomoda é a falta de privacidade ;mal toca a campainha  já está a visita na sala de estar/jantar/cozinha,tomando parte da vida da casa,devassando a intimidade da família,fuçando tudo e  tudo percebendo.
Os donos da casa, por sua vez,recebem as pessoas de qualquer jeito,com trajes caseiros,ás vezes a dona da casa de camisola ou mesmo enrolada na toalha,cabelos pingando no tapete.Sentam-se de qualquer jeito,no chão,numa banqueta ou meio enroladas na poltrona,porque os tempos  mudaram é assim mesmo e fim de papo.
Foi-se a época do feio,do ridículo,das visitas cerimoniosas,dos trajes de casa,simples,mas,decentes,das roupas “de sair” e dos trajes de festas.
Havia um limite a ser  estabelecido ,uma espécie de lei não escrita,mas,obedecida,onde a privacidade era sagrada e,mesmo as pessoas mais íntimas,não se atreviam a  sentar  sem que a dona da casa dissesse- sente-se,por favor - abrir  armários ou gavetas, entrar nos quartos sem serem convidadas,procurando o que não guardou.
Os amigos e parentes mais chegados eram tratados com muita afabilidade e carinho.
Os outros, amigos mais  distantes ,avisavam o dia que fariam a visita,um dever social e se informavam da disponibilidade e desejo da família em recebê-los.
Quando chegavam ,eram recebidas com requintes de elegância,geralmente por uma criada que as introduzia na sala de visitas e ia avisar os donos da casa. Voltava,pressurosa,para dizer que os donos estavam vindo e servia  alguma coisa,como um licor ou sequilhos,ou mesmo um copo d’água.
Gente educada não deixava as visitas plantadas no meio da sala, parecendo um dois de paus,sem ter quem lhes “fizesse sala”.Coisa que parecia fácil ,mas,não era;exigia treino e bom senso para não cair numa saia justa,falando o que não devia. Era uma arte que devia ser cultivada e exigia desembaraço, conhecimento  e muita atenção. Perguntava-se sobre a família,a saúde,falava-se do tempo,do teatro,das missas e dos eventos sociais.  Fofocas, maledicências e assuntos íntimos eram excluídos da conversação.Se a visita  não era pedante,a conversação ficava mais fácil,porém,triste era lidar com os de nariz empinado.A candidata a Cristo ficava contando os segundos para que os anfitriões entrassem na sala.
Ufa! Chegaram os  visitados. A conversa se animava,o cálice de vinho do Porto era servido acompanhado dos doces e queijos.
Visitas breves eram  bem vindas,ninguém precisava “morar “ na casa dos amigos.Havia os que vinham apenas fazer uma visita de cortesia,pagar uma visita  recebida, visitar um recém – nascido,trazendo a devida prenda ,dar os parabéns ou pêsames ou apenas trazer um convite de casamento ou formatura.
Era mesmo muito formalismo,concordo com você;mas,também,era tudo muito mais elegante,não era?


                                            


                                                                APRENDA E USE

QUEM NUNCA SE SENTIU ACOMETIDO PELA INVEJA OU PREJUDICADO POR ELA?
Os sintomas são facilmente reconhecidos:cansaço,lezeira,mal estar,um aperto no peito,sono,irritação.
Se você se destaca,é belo,carismático,inteligente,rico,bem sucedido no trabalho,bem casado ou tem uma aparência feliz,não dá outra.
Alguém lançará más energias sobre você.
Incensar a casa ou escritório ás sextas feiras é um hábito que não perco.Um banho de sal grosso ás segundas -  feiras prometem uma semana tranquila.
Mas,hoje quero ensina\r uma receita antiga,que vem dos tempos de antanho,muito usada pelos nossos avós portugueses.
É pau,casca,como se diz na Bahia.Use e abuse!



                        A ERVA DA INVEJA

Misture o alecrim e a arruda;defende mulher parida ou qualquer fêmea  de inveja ou mau - olhado.
Fonte:"Amuleto",livro de Manoel Gandra que será publicado em Dezembro pela Editora Pimenta Malagueta.




"A INVEJA MATOU CAIM
NA PORTA DO BOTEQUIM."
                                             Provérbio baiano


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AMO VOCÊS!

INTÉ NOVEMBRO!

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