A BAHIA DE OUTRORA
O BLOG DE MARÇO/16
VOCÊ SABIA? TSUNAMI NA BAHIA
NÃO SAIA CORRENDO
FOI NOS IDOS DE 1800
Cito o relato de um descendente de um senhor de engenho
sobre uma onda gigante ,um maremoto ou tsunami na Bahia em Abril
de 1831,um fato pouco comentado e desconhecido por muitos baianos.O
terror alcançou a Capital e boa parte do recôncavo, levando tudo,varrendo tudo,destruindo engenhos
poderosos,casas,fazendas e plantações,e,conta-se que até a Igreja da Boa Viagem
não escapou da fúria sendo totalmente
levada pelas águas e depois reconstruída um pouco mais acima,onde se encontra até hoje.
A noite foi serena –conta-me o
rapaz - mas, seu antepassado passou uma noite inquieta,mal dormido,como
se pressentisse alguma coisa.De madrugada houve um leve tremor, mas,nada de
assustar.As cortinas da alcova balançaram ,os cavalos de raça relincharam,os
cães latiram e os bois pareciam muito inquietos.
Então,de longe se ouviu um
grande barulho seguidos de galopes desesperados,gritos dantescos e baque de corpos pesados e estrondos
aterradores no meio de um intenso
clamor.
Pulando da
cama o Senhor do Engenho viu do janelão do seu quarto cenas apocalípticas.No
pátio inundado flutuavam cascos de
barcos partidos ao meio,mastros quebrados,velas rotas,pedras,telhas e no meio
de tudo isto um escravo com água até o peito gritava desesperadamente por
socorro.
Percebeu edifícios
desmoronados ,fornalhas destruídas e a enfermaria e o estaleiro desaparecidos como se fosse
mágica de uma bruxa má.
Ruiu uma senzala,mas,as
outras,resistiram.
Pessoas olhavam
estupidificadas e sem voz o tamanho da tragédia.O dono deu um passo para
sair,mas,houve um violento refluxo que quase o levou.Assustado,voltou para o
quarto.
A onda,desembestada se
dirigia para a Ilha de Maré,levantando gêiseres com a areia,levando tudo o que
seu achasse no seu caminho.
Ao criar coragem para sair o
dono chorou ao ver a devastação.Nada – ou quase nada –restava do poderoso
engenho.Até as fundações das casas foram levadas para o mar.
Chegou até lá notícias da
Capital.Uma grande onda destruiu a partir do Forte de Santo Antonio da Barra em
direção á Ilha de Itaparica,logo depois que um tremor de terra se fez ouvir.A
igrejinha do Monte Serrat construída por uma
descendente de Garcia D’Ávila foi poupada,mas, a de São Tomé de Paripe
foi danificada.
Os prejuízos materiais foram
intensos e muitos dos engenhos nunca mais se recuperaram.A conta fechou em
centenas de mortos e milhares de cadáveres de animais.
A FUNDAÇÃO DA CIDADE DO SALVADOR
29 DE MARÇO DE 1549*
SALVADOR,477 ANOS DE PURA MAGIA
Para a fundação da cidade do Salvador ,em 1549,D.
João III armou uma expedição muito especial.Estava tudo preparado para a criação de um Governo
Geral no Brasil.E,Salvador foi a cidade escolhida.
Esta árdua tarefa foi entregue a um cavalheiro
de nobre estirpe,embora um bastardo,muito protegido pelos palacianos e estimado
por seu valor e prudência.Assim,escolhido e nomeado foi Tomé de Souza
contratado por um salário de 400$000.Nada mal para o capitão – mor que comandava seis navios e
uma enorme máquina administrativa;um provedor – mor para os negócios da
fazenda, um ouvidor -mor para as coisas da justiça,um capitão – mor da costa
para as guerras no mar,um físico – mor para tratar da saúde e mais uma malta de
oficiais subalternos ,muitos aventureiros sem saber bem o que vinham fazer se é
que pretendiam fazer alguma coisa.Resumo da conta:400 soldados,600 degredados e
320 oficiais mecânicos e administrativos.
Começava-se ai a distribuição de empregos entre
os apaniguados que perdura até hoje nas terras de Santa Cruz.Nascia a
burocracia brasileira.
Mas,toda essa gente guerreira e fogosa no meio
do nada e com tantas índias bonitinhas com suas vergonhas á mostra havia que se cuidar das almas desta
gente e ,para isso,vieram os jesuítas –
quatro padres e dois irmãos –O honrado Manoel da Nóbrega,o jovem Aspilcueta
Navarro,Leonardo Nunes,Antonio Pires ,todos ostentando bons nomes portugueses e
mais os irmãos Diogo Jácome e Vicente Rodrigues.
No meio de toda esta gente,mas,sem ser citado
,veio um garoto,pequeno,quase anão,cavalariço na casa de Tomé de Souza e tratado
como um filho pela mulher dele ,por sua fidelidade e dedicação á família.O anão
sem nome chamava-se Garcia D’Ávila e seu
nome passou a ser uma referência na história do Nordeste.Muitos apostam que ele
era filho de Tomé de Souza,mas,nunca se revelou assim para não perder as
sesmarias ,pois ,era vedado ao governador distribuir terras aos seus
descendentes.
A expedição saiu dia 1º de fevereiro e aqui
chegou a 29 de março.O governador tinha
suas ordens e haveria de cumpri-las á risca.Os selvagens tinham que ser bem
tratados,era proibido escravizá-los,punindo de morte os colonos que assim
procedessem.Como deveriam ser distribuídas as sesmarias , (lotes de terra incultas ou abandonadas
,cedidas aos colonos que queriam lavrar) a fortificação dos engenhos e a
promoção de feiras de tempos em tempos.
Mal chegaram começaram a trabalhar com determinação ,escolheram o local entre a península de
Itapagipe e a Vila Velha, para fundar a
cidade. O Governador apaixonou-se por Itapagipe ,principalmente a Ribeira ,mas,o arquiteto Luis
Dias vetou o local,muito inseguro ,vul. Optou-se,então
pela parte alta da cidade onde se descortinava todo o horizonte e se estaria a
salvo de ataques e destruições.
.Construíram uma cerca de mato
que se estendia da igreja da Ajuda até a vala em frente ao Terreiro. Para
descer á Praia,parte baixa da cidade foram abertas duas ladeiras na encosta da
cidade:Pau da Bandeira e Misericórdia.
Em pouco tempo já havia mais de cem casas.A
sesmaria que mais crescia era a de Garcia D’Ávila,que ficou dono de quase toda
a Bahia,de Salvador ao Maranhão. Seus descendentes eram donos dos maiores
engenhos do Recôncavo.
DESCENDENTES DE GARCIA D'ÁVILA QUE PERTENCIAM Á NOBREZA COLONIAL BAIANA
- Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, agraciado com o título de Visconde de Pirajá;
- Francisco Elesbão Pires de Carvalho e Albuquerque, agraciado com o título de Barão de Jaguaripe; e
- Antônio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, agraciado com o título de Visconde da Torre de Garcia d'Ávila.
Com os seus recursos exauridos após a Guerra e a extinção dos morgadios no Brasil a partir de 1835, a Casa da Torre foi progressivamente abandonada, transformando-se em ruínas.
fRANCISCO ELESBÃO PIRES DE CARVALHO E ALBUQUERQUE
O castelo de garcia D'Ávila ,hoje restaurado e aberto á visitação pública
*DATA FICTÍCIA.Como não se sabe a data exata optou-se pela data da chegada do 1º governador.
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